domingo, fevereiro 29, 2004

Marcio, o novo prometeu

Márcio, para que meu post - o primeiro após um longo silêncio - nao soe tão desagradável, vou comecar pelo elogio. Parabéns pela sacada do aspecto noir do filme Sobre Meninos e Lobos. Pelo menos do li, e não li muito, para ser sincero, foi a melhor sacada que um critico poderia ter sobre esse filme. Ele é isso mesmo e com todos os elementos fundamentais.

A ver o que diz Mattos, autor do livro O Outro Lado da Noite - filme noir, um estudo sobre o assunto: "O verdadeiro filme noir, na nossa concepção, (...) tem que (ter) o tom deprimente e pessimista, o clima de corrupção, morte, angústia, loucura e fatalismo" (página 35).

Pena que você não enveredou por essa discussão.

Agora, meu amigo, os seus comentários sobre O Senhor dos Anéis não permitem defesa. E não vou fazê-la mesmo. De fato, dez horas na vida de uma pessoa não é nada desprezível e devemos aproveita-las bem. Não gostar do filme ou mesmo do livro ou mesmo do gênero fantasia é justo e opcional de cada um, mas não se pode dizer um monte de equívocos sem um mínimo conhecimento do assunto.

Acho que essa discussão sobre previsibilidade de uma história precisa ser relativizada para as adaptações, não? Ainda mais para adaptações/matrizes como os livros do Tolkien.

Pelo seu conceito, nunca mais ninguém vai poder fazer uma releitura de Shakespeare, digamos Romeu e Julieta, porque creio que toda a população deste planeta que tem dinheiro para comprar um ingresso já sabe o final da história, não?

Acho que seu principal equívoco sobre a questão é não perceber a tênue distinção entre o original e a cópia, aquela coisa do gênio, dos mestre e dos técnicos, que o Pound fala na sua obra...

Márcio,

1. pela sua linha de raciocínio, é como se eu me perguntasse ( e eu me perguntei na primeira vez) porque o Cidadão Kane é tão cultuado, aquela linguagem manjada documental, aquela criticazinha à midia e etc e tal... Ou ainda, ao ver Psicose, dizer que já dá para saber no início que o Bates é a mãe...

2. é inegável que existe uma intertextualidade muito grande e, aos olhos de hoje, algumas idéias do Tolkien podem ser mal apropriadas. Não vejo novidade nenhuma nisso, fazem isso todos os dias por ai com alguns livros sagrados que são lidos ipisis literis, descontextualizados e anacronizados...

3. e para não me alongar - já que disse que não faria, mas a minha fúria momentanea faz com que eu tenha vontade de te acorrentar com uma águia comendo infinitamente seu fígado para todo o sempre -, DEFINITIVAMENTE, um presidente americano não discursaria como Aragorn no fim do filme, QUALQUER UM DELES, ficaria com o anel, para a perdição inequívoca do mundo...


sexta-feira, fevereiro 27, 2004

A NAÚSEA

Estou tentando ignorar o escândalo Waldomiro Diniz mas...
Depois de causar 100 mil desempregos diretos ao fechar os bingos - de fato, Zé Dirceu é "imexível", como diria um outro ex-ministro - nosso ilustre Presidente resolve agora usar a agenda social para abafar o escândalo.
Até quando teremos que viver neste Lamaçal político que faz do Brasil uma "Republiqueta Arcaica" ? Machado de Assis dizia que existiam dois Brasis. Um oficial e outro real. Segundo o escritor, o oficial seria aquela falso, artificial que estava ligado ao governo e suas atitudes desencabidas que quase nunca correspondem aos verdadeiros anseios do povo brasileiro.
Por outro lado , para o pai de Capitu, o real seria aquele feito pelo povo que trabalha, paga IMPOSTOS, acredita e mantém a esperança que isto aqui possa ser um lugar cada vez melhor.
Ao deixar que a "esperança vencesse o medo", o povo brasileiro -e nele eu me incluo - queria que este país fosse governado por homens vindos do país "real". O comportamento do PT perante a primeira grande crise que o governo enfrenta é muito próximo ao do PFL/PSDB na época do escândalo sobre Eduardo Jorge, ex- assessor de FHC.
A onda rosa que abrandou as ideologias políticas do partido da estrela agora atinge a ética de seus integrantes. Lula e seus "companheiros" viraram vidraça e deveriam ter imaginado isto quando assumiram o comando do país. São os riscos de se exercer o Poder e fazem parte da liturgia do cargo.
Por que agora não permitem que se faça um CPI como tantas vezes eles clamaram em vexames parecidos de outros governos ? Afinal, quem não deve.....
(Heloísa Helena deve estar adorando tudo isto.. mesmo porque fatos assim dão munição para a senadora para futuras eleições, quem sabe para cargos ainda mais poderosos...)
Perante ao efeito que teve a matéria da revista Época na vida do Palácio do Planalto, nenhum apoio do JN parece ser suficiente. Uma sombra elameada paira sobre Zé Direceu e Lula... E eles certamente sabem disto...Para o rompimento de confiança do eleitor não há Fátima Bernardes e William Bonner que dêem jeito.

Faz tempo que não acirramos os ânimos por aqui.. rs
Então aí vai a minha matéria, publicada hoje, sobre o Oscar 2004....


Mais do mesmo


São Paulo, 27 de Fevereiro de 2004 - T odos os anos é a mesma coisa. Tapete vermelho, um batalhão de fotógrafos e jornalistas, celebridades vestidas com gosto duvidoso, cerimônia longa e piadas sem-graça. Se a repetição ocorresse apenas na apresentação do Oscar, festa máxima do cinema americano, tudo bem. O problema é que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas também insiste em indicar aos prêmios longas com formatos e histórias já consagrados no cinema americano, independentemente da categoria em que estejam concorrendo.

Hollywood muito pouco tem se aberto para novas narrativas e formatos, que possam no mínimo surpreender o público no decorrer do desenvolvimento de um filme. A fórmula maniqueísmo somado a muita adrenalina e final catártico continua imperando na maioria dos longas selecionados. A começar pelo próprio "O Senhor dos Anéis - o Retorno do Rei", que concorre em 11 categorias, entre elas melhor filme e diretor - com chance de levar as duas estatuetas. Salvo exceções como "Cidade de Deus", representante brasileiro que concorre a quatro Oscars, e "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola, que está indicado a três categorias: Filme, Direção e Ator Principal, os outros filmes, apesar de realização impecáveis, têm desenvolvimento e finais absolutamente previsíveis.

Ocorre que os membros da Academia parecem adotar de maneira irrestrita para a seleção dos indicados os paradigmas do que seja um bom filme, segundo critérios do professor de roteiro Syd Field. Para ele um filme é "uma história contada em imagens", tendo o roteiro como ponto de partida para o bom desenvolvimento da obra audiovisual. O professor defende a velha estrutura aristotélica, com apresentação, confrontação e resolução como forma ideal de todo longa, mas observa que esta forma não deve se converter em uma fôrma, sob o custo de se tolher a criatividade em uma obra cinematográfica.

Justamente as fôrmas imperam na maioria dos filmes escolhidos para o Oscar. Uma obra como "Encantadora de Baleias", produção neozelandesa, dirigida por Niki Karo, que tem a adolescente Keisha Castle-Hughes indicada como Melhor Atriz, apesar de contar uma história sobre as tradições ancestrais maori, se desenvolve no mais que utilizado "molde" da protagonista obstinada e rejeitada por alguém, no caso seu avô, que precisa provar que é capaz de fazer algo ou ocupar uma posição anteriormente só permitida aos homens.

O mesmo pode se dizer sobre a saga de "O Senhor dos Anéis", dirigida por Peter Jackson. Apesar de gravado de uma única vez, também na Nova Zelândia, o filme estreou em três partes entre os Natais de 2001 a 2003, arrecadando, segundo informações divulgadas pelo jornal "The New York Times", US$ 2,3 bilhões desde o primeiro lançamento. A legião de fãs, herdadas dos leitores dos três livros de J.R.R. Tolkien, somada à perfeição na direção de arte, trilha, e outros recursos técnicos faz do filme um exemplo típico do cinema que a Academia mais adora. Prova disso é que, mesmo antes do final da trilogia, os dois primeiros episódios já receberam juntos seis estatuetas.

Tudo seria perfeito se não fosse mais uma vez a velha estrutura maniqueísta que marca a grande parte das atuais trilogias . O megafilme de Jackson gasta as suas quase dez horas para contar uma história que termina com a destruição do mal, a vitória dos personagens do bem e com um discurso do rei das "Terras Médias" que caberia perfeitamente na boca de qualquer presidente americano, independentemente de seu partido político. Isso sem mencionar as águias - ave símbolo dos Estados Unidos - que surgem no final para ajudar os "mocinhos".

Na mesma linha "exaltação disfarçada ao império americano", concorrendo a dez estatuetas, "Mestre dos Mares - o Lado Mais Distante do Mundo", estrelado por Russell Crowe, que apesar de ter ganho o Oscar de Melhor Ator, por sua atuação em "Gladiador", continua a quintessência da "canastrice", conta a história de um capitão inglês que persegue um navio francês na costa brasileira durante o período das invasões napoleônicas. Claro que o navio francês é mais poderoso que o inglês, mas obviamente, o "capitão" Crowe arma um estratagema que garante a vitória sobre o "perigo francês". Em dez minutos, qualquer espectador que entenda minimamente de cinema é capaz de adivinhar o fim do filme, e na cena da batalha final quando está se desfraldando a bandeira inglesa o plano escolhido leva o público a pensar que se trata de uma bandeira americana. Alguma dúvida da intenção do filme em exaltar os feitos de guerra inglesa, nação que originou a América?

Na contramão da mesmice, que mais uma vez é a grande estrela na festa do Oscar, destacam-se "Cold Mountain", de Anthony Minguella e "Sobre Meninos e Lobos". Os longas, que também seguem a forma proposta por Syd Field de se realizar um "bom filme", se destacam por não se renderem às fôrmas tradicionais. O filme de Minghella, já consagrado pela Academia por "O Paciente Inglês", em 1998, pode não ter a força expressiva de "O Talentoso Ripley", seu último longa, mas ainda é capaz de surpreender exatamente por sua história de amor simples e bem fotografada.

Não são novidades romances que se passam durante a Guerra da Secessão americana. Basta lembrar de "E o Vento Levou", um dos filmes mais famosos da história do cinema. A exemplo do que um dia fez Victor Fleming com Scarlett O’Hara e Rhett Butler, os protagonistas de "Cold...", vividos por Nicole Kidman e Jude Law, também não têm um final feliz. Aliás, o diferencial da obra é que ao contrário da maioria das histórias românticas, o casal principal desenvolve tramas paralelas enquanto estão separados. Ponto para Minghella que, ao não se render ao "happy end", continua construindo uma carreira autoral, mesmo fazendo cinema para a poderosa "Miramax", que em 2004, após 12 anos consecutivos, não conseguiu emplacar nenhum de seus longas na categoria "Melhor Filme".

O mesmo se pode dizer sobre o "lobo" Eastwood. Ator de carreira sólida na América, neste trabalho como diretor surpreende o público contando uma história que pode ser considerada como "neo noir". Nenhum personagem criado por Eastwood, que também assina o roteiro do filme, é exatamente o que aparenta e no decorrer da narrativa vários fatos acontecem não dando espaço para que se preveja o que irá acontecer na próxima seqüência. Filme simples, de narrativa linear, mas de argumento denso, que faz jus às seis indicações que recebeu, entre elas de filme, direção e ator para Sean Penn.

As boas surpresas vindas da Academia para a festa dos "medalhões já consagrados" ficam por conta de "Encontros e Desencontros" - título desastroso em português para "Lost in Translation" e "Cidade de Deus". Se o primeiro trabalho de Sofia Coppola, "As Virgens Suicidas", de 2000, já era bem construído e impressionava pela temática "indigesta", "Encontros...", que resgatou do ostracismo Bill Murray - que concorre como melhor ator - trata justamente da perplexidade dos protagonistas ao se depararem com a cultura japonesa, em viagem a Tóquio. A filha de Francis Ford exibe de maneira sutil o sentimento de estranhamento de suas personagens perante as grandes megalópoles mundiais que se parecem tanto se vistas de longe, mas que mantêm suas idiossincrasias, a despeito de todo processo de globalização.

Sem o clima de "Copa do Mundo" que marcou todas as participações brasileiras no Oscar, durante a década de 90, as quatro indicações de "Cidade de Deus" corrigiram a "injustiça" de que tanto reclamou Harvey Weinstein, presidente da Miramax, pelo fato do filme não ter concorrido o ano passado na categoria "Filme Estrangeiro". O longa de Fernando Meirelles e Katia Lund - ignorada pela Academia - tem boas chances em montagem e roteiro adaptado. Independentemente de ganhar ou não uma ou mais estatuetas, o filme tem o mérito de colocar o Brasil em categorias importantes do Oscar, como direção e fotografia, ampliando o feito de Fernanda Montenegro, ao ser indicada em 1999 como Melhor Atriz por sua participação em "Central do Brasil", de Walter Salles, que também concorreu como "Filme Estrangeiro".

A história do núcleo habitacional tomado pelo tráfico de drogas no decorrer da década de 70 segue a forma hollywoodiana. A fôrma nem de longe. Apesar de as indicações darem munição aos críticos contrários ao filme, um Oscar, além de completar a galeria de grandes premiações que têm marcado o cinema brasileiro da Retomada, garantiria uma injeção de ânimo, principalmente nos investidores, para que o cinema brasileiro continue no ritmo de produção em que se encontra.

(Gazeta Mercantil/Fim de Semana7)(Márcio Rodrigo)

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Sexo oral

Como se não bastasse a Igreja para reprimir a sociedade e o carnaval do Joãozinho Trinta, agora vem a ciência para propagar que sexo oral pode aumentar risco de câncer de boca.

Depois da polêmica do índice Darlan, queria ouvir a opinião de vocês e saber se o prazer proporcionado compensa mesmo o risco.

Depois do alarde, os autores do estudo, da Universidade Johns Hopkins, informaram que as pessoas não precisam alterar o seu comportamento sexual.

Não irei alterar o meu.
Felicidade

Lembrei do comentário do Edson sobre o fato de, no Rio de Janeiro, cada carioca ter um time e uma escola de samba. Infelizmente não nasci no Rio, mas escolhi uma escola de samba antes de escolher um time. Sou Beija-Flor desde não me lembro quando, certamente por influência dos campeonatos que a escola ganhou em 1980 e 1983 e dos desfiles lindos que a escola fazia nos áureos tempos de Joãosinho Trinta - quando ele ainda era lúcido. O time, o São Paulo, escolhi em 1985, na época dos menudos do Morumbi, do Cilinho.

Mas ser Beija-Flor nesses mais de 20 anos (!!!!!) não foi fácil. A cada carnaval uma frustração atrás da outra. No desfile de 1985, "A Lapa de Adão e Eva", a escola perdeu (merecidamente) para a deslumbrante Mocidade e seu "Ziriguidum 2001". Em 1986 a escola desfilou embaixo de uma inundação (água no tornozelo), com "O Mundo é uma Bola" e perdeu para maldita Mangueira com seu bom carnaval sobre Braguinha. A maior das frustracões foi ter sido vice em 1989, com "Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia", um desfile absolutamente genial, para maldita das malditas Imperatriz Leopoldinense (do desfile dela mal me lembro, traumatizei. Só ficou o samba-enredo, lindo).

De 1999 a 2002, depois de dividir o campeonato de 1998 com a Mangueira, a escola foi tetravice-campeã... uma delícia....

Por essas e outras pedras no sapato que, mesmo sem achar que a escola foi a melhor desse carnaval de 2004, estou muitissimo satisfeita com o bicampeonato. O Carnaval de 2003 da escola foi genial; o desse ano foi bom. Mas a escola merece mais do que o bi por toda a sua competência e o trabalho com a tão falada "comunidade" de Nilopólis.

Bem, e agora vamos ao Oscar.
E acabou o Carnaval

Finalmente voltei! Depois de um longo período de Carnaval! Foram dias de folia popular. Tão popular que posso ficar longe de qualquer tipo de manifestação de massa por uns 10 anos!! Ah Ah Ah! Nos dias pré carnaval fui bater ponto na Lapa muito samba e chorinho. Sábado começou cedo no tradicional cordão do Bola Preta e se estendeu ao MARACANÃ. Me enfiei simplesmente no "olho do furacão" bem no meio da torcida do Flamengo. INCRIVEL!!!!!!! Uma energia fenomenal. Um pouco de perrengue com a Raça Rubro Negra não abalou o brilho da festa. Maraca lotado vibrando a cada minuto,5 gols, indescritível! No domingo mais um bloco de manhã, depois praia e aí sim: SAPUCAÍ. Arquibancadas populares, baratinhas. Povo, povo, povo, me diverti muito com as confusões para guardar lugar, com as tias que chegam às 5 da tarde e levam frango e cafezinho, com os gringos que parecem que estão andando no país das maravilhas, as adolescentes que ficam circulando e paquerando a noite toda e acima de tudo com o desfile. E já vou avisar: nós precisamos combinar um carnaval para ver o desfile na Sapucaí. É maravilhoso. Lindo e divertido nem dá tempo de desanimar entre uma escola e outra. Vale muito a pena. Mesmo atrasada em meus comentário posso dizer: a São Clemente não merecia o rebaixamento; o mago da Xuxa comprometeu toda a São Clemente; deslumbrante a Unidos da Tijuca merecia o primeiro lugar; ridícula a Grande Rio (e olha que sou fã do Joãozinho), fria Salgueiro, pura animação a Mangueira consegue levar todo mundo, emoção pura a Portela linda, linda! Depois de tudo isso o resto foi só carnaval pela TV, estava acabada....Fiquei feliz pela Beija Flor tb. sou fã!
O Hit do meu carnaval

Não sei qual foi a música que mais tocou nas rádios neste carnaval, mas a música que eu mais toquei no CD player foi Praia dos Cocos, do Alvin L.. É uma música de praia triste. Mas ela fez todo o sentido quando estávamos vendo o sol nascer em Bombinhas, tomando vinho na praia, depois de uma noite de balada. Das portas abertas do carro vinham versos como: "O vento corta na praia dos cocos /Areia fina nos olhos /O mar é morto na praia dos cocos...".

Enquanto eu e o Geraldo, e depois o Luís, conversávamos sobre a vida, bêbados, algumas pessoas já começavam a correr na praia, cuidando do corpo. Elas passavam por nós com olhar de repreensão.
Acho que queriam estar no nosso lugar.

Segue a letra abaixo:
O vento corta na praia dos cocos /
Areia fina nos olhos /
O mar é morto na praia dos cocos /
Queimaduras nos braços /
Nós rezamos por silêncio /
Rezamos por versos em branco /
Nós vivemos molhados /
A vida seca dos santos /
Corpos perfeitos na praia dos cocos /
Derretendo nas pedras /
O céu é torto na praia dos cocos /
Cacos de vidro nas ondas /
Nós rezamos por silêncio /
Rezamos por versos brancos /
Nós vivemos molhados /
A vida seca dos santos

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Sou corinthiano, mas sou contra a Gaviões

Se enganam os que acho que por ser corinthiano fiquei de luto em razão do rebaixamento da Gaviões da Fiel. Pelo contrário. Não é de hoje que sou contra a agremiação no carnaval.

Nos estádios, ela é inigualável, mas sempre achei demais essa história de formar uma escola de samba só para ficar gritando Corinthians no sambódromo. Sem contar que eles são cheio de tabus e preconceitos. O verde, por exemplo, é proibido em qualquer alegoria ou fantasia (sempre achei o desfile da escola muito soturno e dark). No ano passado eles tiveram a pachorra de cantar "os mistérios da floresta" sem mostrar um centímetro de verde.

Pensava eu que a escola já tinha atingido a maturidadee suficiente para separar carnaval de futebol. Mas me enganei. Eles acabaram de divulgar uma nota na qual afirmam que "samba é só diversão", pois a verdadeira paixão é o "curinthia". Fala se eles não merecem passar a próxima década no grupo de acesso.

Confira a íntegra da nota reveladora:

"Os Gaviões da Fiel, quatro vezes campeões do carnaval paulistano, lamentam o rebaixamento para o grupo de acesso, apesar do desfile campeão apresentado no sambódromo no último dia 21 de fevereiro. A fatalidade da quebra de um carro não tirou o brilho do maior desfile de 2004.

Reconhecemos a punição pelo atraso, mas repudiamos algumas notas dos jurados, principalmente nos quesitos fantasias, enredo e alegorias, em que nossa escola foi unanimidade de beleza na passarela do samba.

A história do Corinthians é marcada por glórias, dificuldades e batalhas. A
torcida é guerreira, jamais abandona o barco. É fiel. E agora não vai ser
diferente. Provaremos isso novamente. A luta continua. Não é uma queda que
vai quebrar a corrente dos Gaviões da Fiel.

Em 2006, estaremos de volta ao nosso lugar. A grandeza dos Gaviões foi
apenas abalada, mas jamais derrotada. O ano de 2004 será de glórias para o
nosso Corinthians, e esse entusiasmo vai nos levar novamente ao topo do
carnaval de São Paulo. E vai, Corinthians!

É nessa hora que temos que mostrar a verdadeira Raça CORINTHIANA, nós somos os Gaviões da Fiel e nada irá tirar o brilho que conquistamos através da nossa história.

Nunca poderemos esquecer que vivemos PELO CORINTHIANS e não DO CORINTHIANS, somos A TORCIDA QUE SAMBA e o Carnaval nunca estará acima de nossa paixão principal, o glorioso CORINTHIANS.

As adversidades servem para engrandecermos ainda mais. Os Gaviões agradecem o apoio de toda nação corinthiana e ratificam a promessa de um trabalho cada vez melhor para honrar o nome do glorioso CORINTHIANS, nosso maior compromisso.

SAMBA É DIVERSÃO, NOSSA PAIXÃO É TORCER PARA O CORINGÃO”.

CARNAVAL ??!!!!

Pois é...depois de um longo e tenebroso duplo fechamento e quatro dias de folia, que não necessariamente estão ligadas às folias carnavalescas, estou de volta !
Dias de chuva (já estou andando com um anti-mofo em cada orelha) e eu dormi praticamente todo período diurno.... à noite, bem a noite, eu me rendi a Baco, no quesito liberdade incondicional... rs
Não, não vi nenhum desfile nem no Rio, nem em Sampa... impressionado com a capacidade de observação carnavalesca de Fumal e passado com a história de Helen sobre o enredo (??!!!) da Mocidade, no Rio... e por falar na "Cidade + que maravilhosa", faço votos que realente Lyara Oliveira tenha sobrevivido ao seu "Carnaval" tão pouco agitado para que possa ser a noiva bem comportada de maio próximo... nada de voltar a ser "espírito livre" ás vésperas de dar um passo + que importante!!!!! ( Solteiro quase convicto neste grupo só eu....)
Eu sou um canalha....para variar estou divagando sobre as pessoas ao meu redor para não ter que falar de mim mesmo... mas mais uma vez fui colocado em xeque.... e foi óoooooooooooootimo.....

"Poeira, poeira, poeira,
Vai levantar poeira..."

Fui.....
Outro adendo carnavalesco

O que aconteceu com a Mocidade Independente de Padra Miguel??? A escola de um dos desfiles mais deslumbrantes de todos os tempos - Ziriguidum 2001, no ano de 1985 (que eu lembro de ter visto inteirinho, uma coisa a escola entrando toda em branco e prata na sapucaí à tarde, porque naquele ano todas as escolas desfilaram num único dia), está muito estranha.

O que foi aquele enredo de "dirija com cuidado"?? O último carro foi... uma auto-escola!!! Deve ser piada. Isso mostra a falta que faz um bom bicheiro - desde a prisão e morte de Castor de Andrade que a escola vem despencando. Mantêm o luxo, mas se perdeu completamente nos enredos, querendo ser a escola mais politicamente correta da avenida.

Depois do transplante de orgãos do ano passado, da direção defensiva desse ano, como bem imagina minha cunhada, Meiri, o enredo da Mocidade no ano que vem será "Escove os dentes e use fio-dental".

O fim da picada para aquela que quase considero minha segunda escola, se eu não achasse que esse negócio de segunda escola é como ter segundo time: simplesmente isso não existe.
Foi lindo

Estou feliz pela Mocidade Alegre aqui em São Paulo, mas só quero dizer algo: foi maravilhoso o desfile da Império Serrano na Sapucaí nessa madrugada. Um deslumbre. Minha escola é a Beija-Flor, desde criança. Que desfilou lindamente, com um ótimo samba´. Mas a Império foi emocionante, a escola evoluindo como antigamente. Tomara que ganhe. Nem vou ver a apuração do Rio porque fico nervosa, mas vou torcer. Claro que um empate entre Beija-Flor e Império seria o ideal pra mim, mas empate não é coisa de Carnaval "sério".

domingo, fevereiro 22, 2004

e agora que terminei de assistir todos, vou soltar uma listinha dos desfiles de são paulo:

melhor escola, samba-enredo e evolução: mocidade alegre
melhor comissão de frente: rosas de ouro
melhor harmonia e alegorias: águia de ouro
melhor carnavalesco: raul diniz (nenê de vila matilde)
melhor fantasia: nenê de vila matilde
melhor bateria: vai vai
melhor intérprete: daniel collete (mocidade alegre)

e é isso...
nasci na rosas de ouro. sua antiga quadra ficava numa rua paralela à que eu morava. brasilândia. vi a escola passar pelos grupos todos de acesso, desfilar na cardeal arcoverde até conquistar o direito de se apresentar na tiradentes. alguns títulos, veio o anhembi e eu seguindo junto. já saí na harmonia, fantasiado em ala, como passista: onde conseguisse, sou rosas de ouro com o coração.

mas escrevi tudo isso antes para tentar explicar esse sentimento que me toma agora. acabei de chegar do sambódromo. desfilei, como sempre, na rosas. mas ganhei ontem uma fantasia para a mocidade alegre: aprendi o samba lendo a letra e escutando o cd enquanto dirigia indo e voltando do trabalho. desfilei também então. e aí é que devo ser o mais sincero que puder: nunca, repito o nunca, me emocionei tanto num desfile quanto hoje saindo no meio da comunidade da mocidade.

para mim, e pelo que escutei depois, o título do carnaval desse ano já tem uma merecida escola dona.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Alalaôôôôôô!!!!!!

Paulista em carnaval no Rio é um loucura e imaginem só acompanhada de vários gaúchos!! Assim estarei eu pulando com a família. Blocos e bailes!! E para arrematar Sapucaí no domingo!!! Acho que vai ótimo, nem preciso dizer que estou empolgadíssima! Ah e ainda vou fazer minha estréia no Maraca sábado. Espero estar viva na quarta-feira!!! Por hora... sinto muito por quem vai trabalhar. Eu vou é me esbaldar!!!
O oposto da decrepitude

Hj. recebi um e-mail (sempre) fofo da Renata Meffe. Ela ainda está lá em Moçambique e se recupera de uma malária! Mas continua firme e forte no trabalho social e conhecendo um mundo que em poucos despertaria algum interesse. Notícias assim são para nos animar e inspirar!Força para Rê!
já vi e odiei

Está estreando hoje um dos piores filmes que já vi na vida. "Ken Park", daquele pretensioso (podia ser irmão do Von Trier) do Larry Clark. O cara já errou feio em "Kids", fazendo um retrato de uma juventude americana rica que pode ser completamente desmiolada e vazia, e generalizando isso como "um retrato dos nossos jovens".

"Ken Park" tem uma única boa cena, e de sexo, entre um moleque sem graça e a mãe da namorada dele. O resto é lixo, especialmente a suruba que fecha o filme, uma cena sem lógica com o resto da narrativa, pura apelação para ganhar bilheteria. Aliás, o filme só faz estardalhaço porque tem muito sexo, e sexo MUITO gratuito.

Foi umas das poucas vezes que quase saí no meio do filme, mas resisti bravamente - apenas para ver o que o fim do filme era ainda pior do que todo resto. Só concretizei essa heresia de sair no meio da película duas vezes em toda a minha vida: num filme do Pasolini (muito nojento, fiquei traumatizada e não me lembro mesmo do nome do filme) e no meio de "O Tigre e o Dragão", aquela chatice sem fim - tive muito sono, o André é testemunha.

A quem quiser se arriscar, boa sorte. Depois me contem o resultado.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Por falar em degeneração

Edson falou há pouco de degeneração física de trintões (ou quase) como nós. Edsinho, querido, você não viu nada.

Hoje tive um dia emocionante. Acordei na rua Matias Aires, tomei café no Baeta Neves, em São Bernardo do Campo, olhei o mar (poluído) da Praia Grande, almocei na Rua Augusta e agora estou aqui na Editora Abril.

Mas o "must" do dia foi o almoço: ao dirigir-me ao restaurante com Anderson, eis que damos de cara com o passado. Sim, o passado na sua forma pançuda, de cara redonda e MUITO grisalha. E ali, ao lado da minha casinha (acho até que Leo e Frodo viram tudo da janela).

Eis que surge na nosso frente o lendário Alberto, componente da ainda mais lendária Rekebra 1, aquela em que moraram, além do dito cujo, André Amaral, Anderson Gurgel, Edson Gushi e Rauber "Ninguém Merece" Soares.

Eu vi aquilo e pensei "É o pai do Alberto, grisalho daquele jeito, só pode ser." Anderson mais curioso, puxou papo. Não era o pai, era o filho mesmo. Vcs não iriam acreditar. Ele está mais grisalho do que o pai do Anderson que tem 60 anos, pançudo e com uma cara horrorosa. Sério, aquilo é que é decrepitude física. O cara tem 28 anos... Claro, casou e está prestes a ser pai. Menino, of course.

Passados pelo encontro com o passado, fomos almoçar e só falamos nisso. A vida é mesmo muito engraçada.

Por isso eu acredito na velha frase "muito cuidado com o que vc deseja, porque vc pode conseguir."
poucas ou muitas, sempre vejo meu dia, profissional, recheado de agruras. um erro de execução, um acabamento mal feito, uma entrega não aceita, um check list maior que o esperado. sem contar os problemas humanos a resolver, a dor de dente do soldador, a embriaguez do assessor, a rabugice do estagiário e tanto mau-humor dos clientes.

sim, pois só com muito boa vontade, e humor, é possível aceitar os serviços que tenho executado. nem é falta de gana em fazer melhor vinda desse aqui que lhes escreve: apesar de tremendamente insatisfeito por ainda fazer parte desse quadro, ainda visto a camisa e defendo como posso. só que uma empresa, principalmente quando familiar, tem a cara de seus gestores, donos, parentes todos. e a cara impressa em meu serviço não tem sido das melhores.

eu meio que desisti de impor o meu padrão: não estão aptos a evoluir tanto, e escrevo isso de forma tranquila, sem falsa-modéstia. já consegui me convencer da competência que posso afirmar. mas, ser tão humano que sou, perco a força por muito tentar e aparentemente não ver nada mudar. rimou!

agora, agorinha mesmo, pra piorar a situação, fiquei sabendo que vamos trabalhar todos os dias do carnaval. digo, sexta, segunda, terça e quarta-feira, dias normais porque algum infeliz estabeleceu que o carnaval é apenas ponto facultativo. será que eu mereço isso?


ps para edson: achei seu último texto realmente primoroso...

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

De novo, esse papo de idade

Hoje fui ao ortopedista, porque estou com dores no ombro direito desde o fim de semana. Havia feito alguns exercícios de levantamento de peso, com uns pesinhos que meu irmão comprou. Devem pesar uns 6kg cada. No sábado, fiz 70 flexões em cada braço. No domingo acordei com muita dor no ombro e nem consegui fazer o meu cooper. Não conseguia nem balançar o braço direito.

Hoje, ao ver o raio-X, o ortopedista me mostrou uma cavidade oval na ponta da ponta arredondada do osso do meu antebraço, no ponto onde ele se liga a um outro osso do ombro (não sei os nomes dos ossos). Ele disse que isso é um desgaste, que ocorreu por causa da degeneração do meu ligamento.

O médico disse que isso é normal, os ligamentos começam a se degenerar depois dos 30 anos. Ele mesmo já operou os dois ombros. Não tem muito que fazer, só me receitou um antiinflamatório, para a próxima vez que o ombro começar a doer. Ele disse que viu medo na minha cara.

Nessa hora eu estava pensando; "se com 31 já estou com um osso do ombro batendo no outro, como eu vou chegar aos 90 anos?????"

Passadas algumas horas, já não sinto mais medo. Agora estou tranquilo, dentro do segundo terço da minha vida.
"Não há nada que atinja o José Dirceu - reafirma Genoino"

E não é que é verdade mesmo? Particularmente, não gosto do Dirceu, não concordo com as idéias dele, nem da forma autoritária como comanda. É ele o homem forte do presidente, aquele que faz a parte suja e que manda efetivamente. No entanto tenho que admitir que o admiro. Adimiro a capacidade de trabalho, de resitência, até de teimosia. E acima de tudo a capacidade de não se abalar. Isso tanto na vida política/social quanto na particular. Quantas pessoas conseguiriam construir com tamanha convicção uma segunda personalidade e sobreviver durante anos com ela sem afetar seus verdadeiros ideais, desejos e determinação? Sem se trair tanto numa vida quanto na outra? E levar a adiante um ideal, um desejo anos a fio e conseguir atingi-lo e ainda ficar firme.Ele não era ninguém e agora governa um país. Admirável!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Na próxima encarnação...

... quero (não, exijo!!) nascer MUITO magra, daquelas que não engordam nem por ordem expressa do próprio Deus. Essa coisa de comer e ficar se sentindo uma baleia é um saco, um atraso total de vida, mas acontece dia sim, dia também. Fiz meu primeiro regime com 12 anos. Isso quer dizer que estou fazendo quase 17 anos de regimes, engorda e emagrece, vai e vem. Devo ter mais uns 30 anos desses pela frente... ninguém merece!!!!

Detalhe: acabei de voltar da Bella Paulista onde comi um mundo de tranqueiras. Amanhã corro pra academia e fico 2 horas. Eita vida besta, sô.

Ainda o caso JN

Reproduzo abaixo a íntegra da coluna desta terça de Nelson de Sá, na Folha (na minha opinião, o melhor clipeiro de telejormais), para não restar dúvidas sobre a edição histórica do JN. Como eu, ele também entende que de nada adianta um revista das Organizações Globo estampar a denúncia explosiva na capa, quando o mesmo grupo tem uma outra mão (e que mão) que afaga.

"O que seria dos governos no Brasil, sem a Globo, ou vice-versa.
A revista da Globo, sexta, anunciou em letras vermelhas o "Dinheiro sujo":
- Vídeo mostra homem que cuida dos interesses do Planalto no Congresso negociando com bicheiros o favorecimento numa concorrência.
Brasília entrou em transe. Mas passou o Bom Dia Brasil, o Hoje e nada.
Chegou o Jornal Nacional e William Bonner leu a manchete -daquelas que entram para a história, ao lado das diretas e do debate de 89:
- Um bicheiro diz que pagou propina ao chefe das loterias do Estado do Rio, no governo de Benedita da Silva.
Benedita? Mas o que ela tem a ver com isso? Onde foi parar José Dirceu? Mais manchete, com Fátima Bernardes:
- Parte do dinheiro era para campanhas eleitorais.
Pobre Benedita, sempre ela. Volta Bonner:
- O crime -em 2002- foi registrado em vídeo.
E Fátima:
- Após a revelação das fitas, ex-chefe das loterias é demitido do emprego atual...
E Bonner:
- ... Subchefe de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Coordenação Política com sede no Palácio do Planalto.
O palácio, finalmente.
Mas aí o telespectador, depois de tantos ex-chefes e subchefes e enunciados tortuosos, trocou de canal ou divagou.

No primeiro bloco do JN de sexta, outro assunto:
- O menino Iruan passou a noite com a avó.
Segundo e nada. Terceiro e nada. Quarto bloco, pelo meio, entra a história:
- A reportagem mostrou que o ex-presidente da Loteria do Estado, no governo Benedita, cobrava propina.
De novo Benedita. Começa o relato e logo:
- Waldomiro Diniz era o presidente da Loterj no governo Benedita.
Muita Benedita, nada de José Dirceu. Surgem os vídeos com os diálogos. Noticiam a demissão de Waldomiro, as investigações. De repente:
- O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, não quis se pronunciar.
O telespectador se intriga: por que ele deveria se pronunciar, se nada até então o vinculava à denúncia?
Foi a única menção a Dirceu -e ainda assim com a imagem de Aldo Rebelo, "o atual chefe de Waldomiro".
Depois falaram tucanos, mais petistas etc. Até chegar à última informação:
- A assessoria de Benedita da Silva informa que não localizou a ex-governadora, em viagem de férias, no exterior.
Assim é crueldade.

O JN foi outra coisa nos dias seguintes, inclusive ontem. O trabalho estava feito.
Mas sempre se pode contar com Boris Casoy. Do âncora do Jornal da Record:
- O fato é o seguinte. Um subchefe da Casa Civil de Lula é flagrado em vídeo e confessa que está tomando dinheiro. Esse senhor, da estatura moral de uma latrina, pede dinheiro para si mesmo e para as campanhas. Esse homem, da confiança do ministro José Dirceu, um amigo dele, que dividiu apartamento com ele, é uma cunha do crime organizado dentro do Palácio do Planalto.
Terminou cobrando apoio do PT à CPI e exigindo passar o Brasil a limpo."

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

então, que de longe percebi olhar tudo com mais clareza. tanto passou desde que resolvi passar um tempinho ao largo, banda que seja, da internet nesses últimos dias...

nem felicitei, sequer comentei, darlan e lyara. creio ser ainda tempo de partilhar essa etapa de suas histórias. não que eu me preocupe com formalidades, mas achei mesmo que sim, gostaria de abraçá-los, aos dois, e dizer que me inspiram de uma forma ou outra.

certo que não estive, talvez não esteja muito bem. fase um tanto quanto complicada, tenho tentado controlar. introspectiva, não depressiva, isso deixo claro...

tenho também alguns problemas para escrever o que não me circunda, ou explicitando melhor, toca diretamente. achei até que não postaria aqui, pois seria apenas um anexo do meu blog - que volta, logo mais... devo dizer ainda que pouco me encontrei nessas passagens por montevidéo ou por tucuruí: não me vejo nessa "definição", mas o que pode ser definitivo para seres tão complexos como nós? preferia a das pills, se me entendem, mesmo ainda crendo que o olhar para mim, vindo de vocês que me conhecem tanto, pudesse propiciar outra sensação.

chego ao que me fez ter vontade de voltar a postar. ao menos, diferentemente da maioria de vocês, posso me dar o luxo de escrever apenas quando tenho vontade. dias atrás, casualmente, helena me disse que eu deveria ver encontros e desencontros: achava que eu iria gostar e que na verdade eu estava perdido na tradução a três anos. já queria, mas ultimamente tenho pouca força de sair e ir ao cinema (pelas filas chatas e de chatos). fui... passei mal!

bem, me vi por lá. perdido talvez a mais tempo do que ela imaginou. estou como os dois, em cada tipo de situação. estranho esse sentir-se tocado, depende exclusivamente mesmo de nossas próprias experiêncas, do momento, sei lá. mas queria dizer que a helena mostrou conhecer um poucão do que sou, contrariando o que desde as tais definições eu alimentava como crença. talvez conhecer um poucão do fumal, do fábio uria, mesma dúbia pessoa, sempre tentando no seu japão pessoal, se fazer entender...
Dogville é sim um filme genial!

Finalmente consegui assistir ao filme ontem. Todas as congratulações a Von Trier. Esqueçam o que foi dito sobre a crítica os EUA e ao fato dele ter ou não colocado seus pesinhos naquele país, que não quer mais saber de ninguém de visitas por lá ! Dogville é cinema puro sem precisar de cenário algum. E é só que o filme não tem, mesmo assim depois de uns 30min já não faz diferença alguma. O diretor pode até ter usado isso como marqueting mas não interfere na qualidade do filme. Existe uma boa fotografia (o que dizer do paisagem da janela do cego libidinoso) um roteiro bem amarrado e uma produção de arte sintética mas absolutamente significativa na escolha de cada um dos poucos elementos de cena. Não é teatro filmado é cinema. E obedece aos princípios básicos do cinema: uma câmera filmando uma situação de drama. A interpretação é impecável e câmera segue os atores objetivamente bons enquadramentos e ótimos cortes. Isso é o essencial pois o filme trata da paisagem humana, é nisso que se concentra (com maestria) Von Trier. Não se trata apenas de alegoria política trata-se de tocar no que existe de mais humano em cada um dos personagens ou em cada um nós espectadores : desejos reprimidos, ânsia pelo poder, auto defesa, perdão, amizade, amor, crueldade, fraquezas, ética, moral, vingança, capacidade de resistir, enfim essa porção de emoções/sentimentos que sustentam a humanidade. A boa e doce Grace foge da tirania para reencontrá-la onde não imaginava. O final redentor (?!) é amargo e inevitável. Nos alivia e horroriza. Mas nada do que é humano nos pode ser estranho, não é?

domingo, fevereiro 15, 2004

SDA, again

Depois de rever "A Sociedade do Anel" pela enésima vez nesse fim-de-semana (sim, eu tenho o DVD - e, sim, eu comprarei a trilogia com as versões do diretor quando ela sair), tenho algumas coisas a dizer:

1) Eu amo essa trilogia (baita novidade).

2) Quem não gosta MUITO de filmes de fantasia, não deve perder seu tempo. Para ver a trilogia é preciso ter paciência, relevar alguns absurdos (bem típicos de filmes de fantasia), pular na história de cabeça e gostar de metáforas da realidade. Se não for assim, não rola NENHUMA empatia.

3) Fiquei tentando imaginar Márcio e André vendo e gostando do filme. Absolutamente impossível. (O Darlan não entra aqui porque já viu e não gostou nadinha).

4) Revendo o filme eu vejo cada vez mais como é impossível comparar Senhor dos Anéis a Sobre Meninos e Lobos , por exemplo - esses absurdos típicos de Oscar. São dois filmes fantásticos, em categorias absolutamente distintas. Não dá para compará-los. Como não dá pra comparar nenhum dos dois a Lost in Translation.

5) Os hobbits são uns fofos!!!!!!!!!! Principalmente o Merry e o Pippin.

É só. Achei relevante tecer essas considerações.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Nada como ter a Globo ao seu lado

A Lyara que me perdoe, mas o que a Vênus Platinada faz com a opinião pública é aviltante. Pelo menos no que diz respeito ao jornalismo. Todos sabem que a notícia do dia que estragou a festa de 24 anos do PT no Hotel Glória, no Rio, foi a denúncia da Época, que conseguiu fitas que mostra a mais nova celebridade em suspeição do País, o senhor Waldomiro Diniz, pedindo propina a um bicheiro em nome de candidatos da eleição 2002 em troca de futuros favores nas licitações. Pois bem, o elemento nada mais é do que assessor do Planalto, foi indicado pelo Dirceu e trabalhava diretamente com o superministro. Eis que a Globo abre o Jornal Nacional dizendo: fitas mostras cobrança de propina do presidente da Loteria do Rio de Janeiro durante o governo de Benedita. A informação de que até ontem Waldomiro trabalhava no mesmo andar de Lula e que foi demitido antes da revista chegar às bancas, o JN não achou pertinente para a chamada.

O mano não é filiado ao PT, mas trabalhava no governo do PT em cargo de confiança por indicação de homens influentes do PT. Ele foi nomeado para a presidência da loteria do Rio no governo Garotinho e foi mantido na gestão Benedita. Nas eleições, ele afirma ter levantado fundos para a campanha do PT e de Rosinha.

Ligar o caso diretamente a Dirceu e Lula é oportunismo da oposição sem rumo, mas proteger o governo desta forma, ligando o escândalo só à defunta Benedita é demais.

Com a Globo a favor, que mal pode fazer uma CPI que está a ser aberta? Após assistir o Jornal Nacional, os líderes do PT não terão mesmo porque não saborear aos risos o bolo do aniversário de 24 anos. Nada como ter bons emissários para fazer o trabalho sujo e curtir as mordomias do poder...

Lembrei agora também das reportagens especiais da semana sobre a cultura brasileira. O JN quis convencer o País que a cultura do País se resume a história da telenovela. Mas deixo para outra hora esta discussão.
Cadê todo mundo?

Só eu e o Márcio andamos escrevendo aqui nesse espaço virtual. Onde estão os demais, incluindo meu próprio marido?
Acho que precisamos de uma nova e boa polêmica....

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Próximo picadinho

Na minha casa, dia 29/02, café da tarde picadesco que será "encompridado" com a noite oscarizada. Na sequência, depois de nos despedaçarmos um pouquinho, estaremos recebendo os demais convidados para torcermos todos juntos pelos hobitts, elfos e afins. Ah, por Cidade de Deus também, claro - no meu caso, só na montagem.

Entonces, picadinho às 19hs e Oscar às 22hs, que acham?

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Sorry, i'm late

Sim, estou atrasada, todo o resto do mundo cinéfilo já viu "As Invasões Bárbaras" e eu só vi o filme hoje, numa sessão lotada do Espaço Unibanco (portanto ainda não fui a última vê-lo). Sensacional, é só o que tenho a dizer. Muito bom mesmo, adorei, me arrancou lágrimas, coisa raríssima de acontecer comigo.

Não sei quem falou, acho que foi o Márcio, que o grupo de amigos do filme do Denys Arcand lembra o nosso grupo. Acho que lembra mesmo, mas não quero ficar anos a fio sem ver vocês, como eles ficam no filme. Espero a gente brigue, coma, beba, ad infinitum, muito nos próximos 50 anos de nossa vida incerta, como diria o Darlan. exatamente como fizemos nos últimos 10 anos.

Snif, não falei que o filme tinha me deixado sentimental???

PS: Só fui ver esse filme porque, mais uma vez, tentei ver DogVille e não consegui. Ai, ai. Um dia eu consigo passar raiva no cinema. Pelo menos tenho pra quem torcer no Oscar de filme estrangeiro agora.
Cachorrada Dinamarquesa !!!!!

Mas quem foi que inventou que "Dogville" era um bom filme mesmo ???!!!!
Gosto de Lars Von Trier e repito que "Dançando no Escuro" foi o melhor filme que vi em 2000. Ocorre que com seu novo longa, o diretor foi presunçoso demais.
Criou uma fábula farsesca, no sentido vicentino do conceito, de moral rasa e pretensamente americana mas que fala na verdade sobre a essência hipócrita humana, de uma das maneiras mais superficiais que vi no cinema nos últimos anos.
Desde os primórdios, o cinema dialogou com o teatro. Claro que a criação de uma linguagem cinematográfica ensinou que cenários, figurinos e planos são essenciais para qualquer filme, mesmo os mais experimentais. É disto que é feito a matéria cinematográfica. Foi isto que o diretor esqueceu.
Em seu delírio vaidoso criou uma obra oca, pseudo-intelectual e que em nada contribuiu para a discussão nem sociológica, nem humana e muito menos cinematográfica. Dogville deveria se chamar "Dogmaville". O filme nada mais é do que a soma dos preceitos estéticos lançados pelo diretor em 95, requentados no início do Terceiro Milênio.
Falta roteiro, fotografia, montagem e direção. Há coisas mais úteis há se fazer com giz. Contratar professores para dar aulas a Trier sobre História, Cinema e Ética é uma delas....
RECA

Oi minha amiga !!!! Saudades e ótimo saber que você anda nos lendo !!!
Estou em dívida contigo ! FELIZ ANIVERSÁRIO atrasado !
Como estão as coisas na "Cidade Sanduíche" ?

Beijos,

Márcio Rodrigo

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Próxima reunião do picadinho

Precisamos fazer a edição mensal do nosso clube, que será lá em casa.
Ly, vc vem pra SP esse mês?

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

NA ERA DA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

(Óh o ranso acadêmico gente !!!!)

Na última semana, Picasso foi muito elogiado neste blog. Esta exposição em São Paulo é quase uma piada pronta por causa de seu título "Picasso na Oca", mas:

Creio que Picasso tenha sim dois momento fundamentais na história da arte contemporânea. Um ligado á questão propriamente estética e outro a um lado mais social.
O primeiro diz respeito à tela "Senhoritas de Avignon", que inaugura o cubismo, em 1907. O pintor espanhol seguiu um caminho artístico iniciado por Monet, no final do século XIX, com a tela "Impresão Sol Nascente" até chegar a uma síntese geométrica das figuras que via em "As Senhoritas". Esta revolução nas formas só foi possível porque a fotografia, inventada por Nièpce e Talbot liberou a os artistas para a experimentação, pois se viram desobrigados a partir da imagem técnica de retratarem a cenas cotidianas de nobres e burgueses.
O segundo grande momento de Picasso está na tela "Guernica", de 1937, sobre o terror da Guerra Civil Espanhola. Aí, com a estética cubista, promovida por ele e Braque, já consolidada, o autor fez um dos retratos mais contundentes e sensíveis da história espanhola. A tela que esteve no Brasil em 1953, para a segunda Bienal de São Paulo, significa para mim na pintura o mesmo que "Dom Quixote" na literatura. É universal, atemporal e criação fundamental para que se entenda o homem contemporâneo.
Creio que no mesmo período na Europa, os objetos de Duchamp são bem mais importantes até mesmo para a compreensão do que significa a arte.
Enquanto Walter Benjamin vaticinava o fim da arte devido as reproduções técnicas, Duchamp reposicionava a questão mostrando que qualquer objeto pode ser artístico se assim for colocado pelo artista. A atitude aparentemente simples de transformar um mictório e um aro de bicicleta em arte rompeu com o conceito de aura artística tão defendido pelo frankfurtiano e abriu caminho para que outras manifestações pudessem surgir.
Caiu a importância do gesto - ligado ao pintar , esculpir, escrever... - entrou o "olhar" , com tudo que significa de espiritual e subjetivo no fazer artístico. Na prática, a reprodução técnica deixou de ser um perigo e passou a ser uma aliada nas novas manifestações simbólicas que marcariam todo o século, como o cinema, a fotografia, e os próprios objetos artísticos. Se hoje questionamos o suporte de uma obra ou a "desmaterialização" da mesma foi graças a Duchamp e não a Picasso.
O espanhol foi para mim, assim como outro conterrâneo dele - leia Salvador Dalí, um execelente marketeiro pessoal. "Alardeou" nos meios intelectuais e para os críticos franceses - onde vivia, em 1907 - que revolucionou a arte e todos - que eram seu amigos de mesa e bordel - acreditaram e reproduziram...
AS PORTAS DO INFERNO

Pois bem, desde a última quinta-feira sou um cidadão qualificado para a academia. Sabe-se lá o que significa na prática isto, mas para a "Casa dos Rituais Ultrapassados" e de velocidade mais que lenta isto é um mérito muito grande.
É mais ou menos como dizer "Agora você é um iniciado e faz parte da confraria".
Constatações óbvias à parte, foi interessante perceber e confirmar que a vaidade dos professores doutores não permite, na maioria da vezes, que a ciência caminhe.
Um dos membros me disse que há poucas pesquisas sobre cinema contemporâneo no Brasil. Claro ! A academia não consegue se livrar do culto a Glauber Rocha. O nome do cineasta foi citado e tomado como "sinônimo de cinema" durante boa parte da minha defesa, por parte dos professores.
Sei que estou tentando fazer o conhecimento caminhar sobre o assunto e é isto mesmo em momentos chatos como a qualificação - durou mais de 5 horas - que me dão forças e vontade de continuar a pesquisar.
O mais interessante, é que durante alguns trechos de meu relatório, insisti em chamar a academia de "cartesiana" e claro que os Drs. presentes disseram que não é assim. Mais toda a pompa e circunstância que eles usaram para se defender prova que o rótulo herdado de Descates ainda vale para a Universidade pública.
O problema é que a grande maioria dos acadêmicos conduz o processo do conhecimento como se ainda estivesse em Bologna, em 1088, quando a primeira universiadade foi criada. O mundo não comporta e nem aceita mais informações e conhecimento processados em velocidade tão lenta e de maneira tão burocrática, para não dizer chata.
No dia anterior, uma aluna da pós, que entrou comigo em 2002, defendeu a dissertação dela sobre Por que Rodin demorou 20 anos para concluir "As Portas do Inferno" ? Veja, em um país pobre como o Brasil, em que a pesquisa na área de Humanidades apenas engatinha, é razoável que alguém faça uma pesquisa assim ? Quantas teses há sobre o escultor e esta obra na França ?
Admiro Rodin mas creio que a arte nos países desenvolvidos só ganhou projeção porque o povo de lá soube dar o devido espaço á manifestações artísticas que brotaram em sua própria terra....
A Academia brasileira e seus órgãos de fomento precisam percerber isto e incentivar seus pesquisadores a trilharem por um caminho mais brasileiro. Caso contrário, cada vez mais o que sinto é que haverá mais motivos para o governo defender a privatização no setor.


sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Literatura Fácil

Está decretado! Vou abrir um espaço na minha lista de leituras para HELL de Lollita Pille - o livro polêmico (???) escrito por uma patricinha milionária que fala do seu dia dia de compras na Gucci, drogas da moda e sexo vulgar. Entre a história do teatro, 120 páginas semanais de texto de novela e um livro de direção de atores eu vou ter que achar um espaço para refrescar a cuca com os delírios de adolecentes drogaditas e fúteis e ainda sonhar com a possibilidade de consumo de um equivalente + ou - 10% da mesada delas!!! Ah Ah Ah!
O povo quer saber...

... como foi a qualificação ao grau de Mestre de Márcio Rodrigo.
Vamos lá, Márcio, conte tudo!
Só pode ser pessoal

Ontem eu fui ao cinema disposta e cheia de coragem (dizer que eu estava com vontade daquilo seria uma mentira absurda). Chego ao caixa às 20h15 (o dito filme seria às 20h30) peço duas meias-entradas e a mocinha diz: "A sala está lotada". Como lotada se o filme estreou há 3 semanas???
Obviamente, fiquei muito puta e disse que não iria mais ver aquele maledeto filme. Mas, hoje, cheia de coragem novamente, darei a última chance a ele, no mesmo Bristol, no mesmo horário. No entanto, se não for dessa vez, sorry, ficará para o DVD e olhe lá.
O filme em questão": DogVille.

helena

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

??????????????

Alguém pode me dizer pq. tanto barulho por causa de Encontros e Desencontros? Lost fiquei eu!!! Assisti ontem. O filme é bom, uma graça. Barato, bem feito, mostra paisagens urbanas praticamente surreais para nós ocidentais. A Sofia conseguiu fazer um bom trabalho e provar que é uma diretora capaz. Mas não achei assim espetacular!!! Para estar concorrendo a tanto prêmio, se bem que, qualquer coisa deve ser melhor do que Cold Mantain e aquele outro filme dos mares... mega produções. Senti um pouco do americanocentrismo de que falou o Anderson mas acho que basicamente é um filme sobre a incapacidade de sairmos do nosso própio mundinho. Nenhum dos personagens consegue qualquer tipo de interação com o Japão e na verdade não parecem fazer muita questão. E isso é absolutamente humano, acontece com todo mundo de qualquer cultura. A juventude ainda parece ser um pouco mais curiosa a menina pelo menos sai para passear em Tóquio a alcança o posto de observadora o outro nem isso. Sem dúvida o maior trunfo do filme está no não verbal mesmo. A direção de atores é ótima e delicada, nada de dramas nada de exageros. A garota
é lindinha e o Bill é feioso, casal interessante pouco previsível.Pensando bem... de repente eles até merecem o estardalhaço!

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Mudando de assunto

Deixando um pouco de lado o tema Cinema, o texto de hj. do Jabor está ótimo. Fala de Picasso. Uma elegia a um artista maravilhoso, revolucionário e humano. Que conseguiu criar uma obra imensa e ao mesmo tempo curtir todos os prazeres da vida: comer, beber, fumar e trepar (com todas as mulheres que quis - e ele devia ser muito bom nisso já que elas literalmente se matavam por causa dele!) Jabor quando inspirado ainda consegue escrever excelentes textos. Eu que adoro Picasso e já estava entusiasmada como a exposição da OCA me deliciei com a coluna. E sem dúvida essa exposição é o melhor "presente" de 450 anos da Veneza Brasileira. Que não vai chegar até o Rio pq. a B. Connects não vai trazer. Vou ter que ver por aí mesmo.
And the Oscar goes to...

aproveitando toda a euforia pré-Oscar e os bons ventos que sopram (e trazem chuva...), resolvemos, eu e Helena, convidar amigos e picadinhos para dividir esse "momento máximo da história do cinema"... quem estiver a fim e puder ficar até às 3h da manhã de domingo para segunda, 29, está convidado para assistir ao Oscar com a gente, com direito a guloseimas cinematograficas. Ah!, podem torcer para qualquer filme que queiram até o tal do Osama - ops, acho que esse nao tá... - desde que a torcida majoritaria seja para aquele que nao precisa ser nomeado... hehehehe
Meirelles

Fernando Meirelles é um gênio. Faz de sua simpatia sua maior estratégia de marketing.
Não creio na possibilidade dele levar o Oscar de melhor direção mas posturas como essa ajudam a abrir o mercado cinematográfico ainda mais para o Brasil.
As discussões sobre cinema prosseguem. Acredito que sejamos todos críticos em potencial e encontramos neste blog o espaço para transformarmos tudo isto em ato....
Nenhuma outra manifestação artística nos faz debater tanto..... pensando sobre tudo isto, concluí que estamos todos nos lugares trocados.... Anderson e Helen são cinéfilos e um faz pesquisa sobre esportes e outro sobre raízes e tradições brasileiras por meio da culinária... André é que trabalha em editoria esportiva e eu, que não sou um cinéfilo, e gosto de pensar as raízes brasileiras é que estudo cinema.... Darlan, Lyara e Edson parecem estar mais próximos do "eixo" profissional deles.... são mais centrados ?
É a nossa riqueza. Por isto, não concordava e não continuo concordando com o Anderson com a "necessidade" de haver conexão entre o que você pesquisa e sua vida profissional. Antes de tudo, seja qual for seu objeto de estudo, ele tem que lhe proporcionar um imenso prazer.
É como amar "O Senhor dos Anéis" ou "Cidade de Deus". Só isto te faz ter força e vontade para defendê-los.....

Em tempo, minha qualificação é na próxima quinta. Torçam por mim se lembrarem. Creio que esta é a etapa e banca mais díficil em um Mestrado.



MEN ON THE SEA .. OR RIVER...

Ontem foi dia de Iemanjá e claro que nós, pobres habitantes cercados de praias de paulista (leia-se shopping center) não enviamos nenhum balaio com presente para a senhora das águas e deusa de todos os orixás....
O resultado pôde ser visto na cidade submersa que isto aqui virou.... "é maré cheia..."
Precisamos fazer um mega despacho. Sugiro que atiremos sobre o rio que se transforma o Anhangabaú o Dr. Picolé de Chuchu e a "Nabuca".. se bem que aí a mãe d´ água pode fiicar ainda mais irritada....
De qualquer maneira, não tenho carta mas vou comprar um caíaque para esta nova fase "veneza" da cidade...

Pudim de leite

Aproveitando o comentário do André sobre o meu pudim de leite, quero aqui lançar minha dúvida. Eu, formiga assumida, que sou capaz de mergulhar pão num pote de açúcar e comer aquilo, não gosto de pudim de leite. Nem um pouco. Como um pedacinho no dia que é feito, mas se sobrar não como nem sob tortura. Não vejo graça. Pergunta: qual a graça desse doce que é uma paixão, especialmente entre os brasileiros?

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Dia da Marmota

Para quem não sabia, hoje é o dia da marmota. O mais famoso meteorologista peludo do mundo viu sua sombra nessa gelada segunda-feira, em Punxsutawney (Pensilvânia), prevendo mais seis semanas de inverno.

A tradição nasceu de uma superstição alemã de que se um animal em hibernação vir sua sombra no dia 2 de fevereiro - um feriado cristão - o inverno vai continuar. Se nenhuma sombra for vista, a lenda diz que a primavera vai vir cedo. Nos últimos 118 anos, a famosa marmota teria visto sua sombra 104 vezes.

A tradição, no entanto, ficou famosa após o genial Feitiço do Tempo, de 1993, com Bill Murray (na minha opinião, o melhor papel dele antes de Encontros e Desencontros).

Para quem não se lembra, o jornalista representado por Bill Murray é escalado para cobrir pela enésima vez o evento na cidadezinha do interior e acaba sendo uma vítima do tempo. Ele acorda todia dia, na mesma data, e por meses tem de viver o mesmo dia e as mesmas situações. Com o tempo ele começa a aprender levar vantagem. Mas o pior é mesmo ter que fazer todo dia a cobertura de tal evento.

Garanto que todos nós jornalistas temos o nosso Dia da Marmota. Eu, por exemplo, é o Dia de Santo Expedito, todo 19 de abril. Há quatro anos vou na igreja de Santo Expedito, dentro do Batalhão da Rota, fazer a mesma matéria sobre os fiéis que vão agradecer as suas graças. A única coisa que muda a cada ano é o tamanho da fila, cada vez maior.

Neste ano, ainda estarei em São Paulo na data. Me recuso fazer a matéria pela quinta vez seguida. Já falei que neste ano só aceito fazer o Dia de São Jorge...
Felicidade de pobre dura pouco

Pois é estava demorando para acabar essa fase de felicidade total. Alguma Deusa invejosa resolveu me dar umm lição, para mostrar a todos que uma reles mortal não pode andar por aí se vangloriado de tanta felicidade. E resolveu me castigar ontem em plena tarde de verão escaldante em Ipanema. Saí para andar de bicicleta e depois fiquei horas debaixo do guarda sol tomando aguá de coco, indo no mar me refrescar e fazendo nada! Quando ao entardecer resolvo finalmente voltar para casa dando mais umas pedaladas, surpresa! CADÊ A BICICLETA QUE TAVA AQUI?????????????????
Frustração total. Não adiantou nem o super cadeado que o Edison havia providenciado. E o pior, como já relatou aqui mesmo o Darlan, é sempre o depois. Prestem atenção ao que eu tive que ouvir: - do cara do quiosque onde estava presa a bike - " É uns meninos apareceram com um alicate e levaram umas três bicicletas... não posso me envolver estou aqui todos os dias...."- do policial próximo ao local do crime e que nem se dignou levantar a bunda da viatura para interrogar o cara do quiosque - "... É inadmissível essa conivência com os bandidos, tem que vandalizar, botar fogo no quisoque desses babacas!" - do inpetor na hora de fazer o B.O. (pois é eu fui cidadã e fui lá dar queixa) "... isso está acontecendo direto outro dia roubaram até a bicicleta do Delegado!"
Ninguém merece!!!!!