quinta-feira, abril 28, 2005

Brasil X Guatemala ou "Quem roubou os posts"?

Não sou o mais indicado para cobrar, mas e aí pessoal? Faz tempo que niguém escreve aqui.
Queria saber se está tudo bem, se tá contecendo alguma coisa e o "atento" aqui não percebeu, sei lá. O silêncio incomoda.

Da minha parte não tem muita novidade pra dizer, não vou muito ao cinema, mas ontem fui no jogo do Brasil contra a Guatemala. Experiência interessante, principalmente porque parecia que todos os torcedores ali detestavam a Globo e o Galvão. Que coisa, não? É justamente o contrário do que aparece nas transmissões da TV. Antes do jogo começar, algum gênio do marketing providenciou uma enorme bandeira da Globo para o público abrir, como as da torcida do São Paulo (sim, isso mesmo, não vou citar aquele time da marginal sem número) , mas ela não durou nem um minuto. Assim que a abriu, o povo rasgou ela todinha. Teve outro momento em que a torcida gritava "S - B - T" em coro. Mas a cena mais engraçada foi quando começaram a cantar "não é mole não, o Casagrande dá a bunda pro Galvão", bem alto, pros microfones da Globo captarem.

Ontem, lá das arquibancadas não vi, mas hoje fiquei sabendo que algum idiota jogou uma banana no gramado, na qual estava escrita "Grafite Macaco". Ainda bem que o dito cujo jogou bem, fez um gol e agora pode ser chamado novamente pelo Parreira, contra a Argentina. Aliás, não era só o Romário que estava se despedindo da seleção. Tinha um monte de jogador que também nunca mais vai ser chamado.

Ah, aguardem o meu post sobre a entrada da Helena no salão das balzaquianas.

terça-feira, abril 19, 2005

The new Pope

Para infelicidade dos meus pais e sogros, não vai ser agora que voltarei a me denominar católica. Se o papa fosse um negro, eu poderia pensar no assunto, por acreditar que o Catolicismo enfim, se modernizaria um pouco. Mas é uma religião de ricos e poderosos, não tem jeito. Papa africano, papa latino-americano? Pra que? Só porque nesses continentes está a maior concentração de atólicos do mundo e um papa assim poderia atrair novas ovelhas para o rebanho? O que importa é onde está o dinheiro. E o poder.

domingo, abril 10, 2005

A arte não imita a vida. Nem nos filmes de "arte"

Pra vcs verem que não é só o cinemão hollywodiano que pisa na bola... Por causa desse filme - do qual gostei, mas achei nada mais do que mediano - o consumo de vinho Merlot caiu mais de 20% no mundo - eu adoro Merlot, particularmente falando.


VEJA SP/ DEGUSTAÇÃO

"Sideways? Não gostei"
Uma pequena conversa, entre alguns goles,
com Nicolás Catena, a estrela dos vinhos argentinos.

Por Carlos Maranhão

Ele é um homem discreto, mais ou menos tímido e aparentemente modesto. Com todo respeito, nem parece argentino. Neste final de março, Nicolás Catena – criador dos magníficos tintos e brancos que levam no rótulo o sobrenome de sua família – viu-se numa situação que para ele não é confortável: tornou-se o centro das atenções do mundo do vinho em São Paulo. Veio apresentar seus últimos lançamentos, numa degustação para jornalistas e donos de restaurante, participar de um jantar a 360 reais por cabeça (oitenta pessoas pagaram sem reclamar) e servir para uns poucos privilegiados goles de sua obra-prima: o vinho ao qual deu o próprio nome, uma combinação de cabernet sauvignon e malbec de pequena produção (15 000 garrafas por ano), com preço nas nuvens (159 dólares). O Nicolás Catena Zapata 2001 chega em quantidade tão limitada para cá (cerca de 200 garrafas) que o importador, Ciro Lilla, prefere nem anunciá-lo em seu catálogo. "Infelizmente, só posso vender uma garrafa por cliente", lamenta.

À frente de um clã que começou a produzir vinhos em Mendoza no início do século XX, Catena é um homem de 62 anos que fala baixinho. Tem, literalmente, um grande nariz. Ele o coloca por breves segundos na taça e faz rápidos comentários genéricos: ainda está um pouquinho tânico, pode ser guardado por muitos anos, tem bastante corpo... Enfim, coisas que sempre se fala em degustações, não importa o vinho que se esteja provando. Com a diferença de que se trata, sem dúvida, de um tinto sublime, à altura dos ícones de Bordeaux. No almoço, para quatro convidados, pede uma salada verde com queijo de cabra e um pernil de cordeiro – carne que se harmoniza bem com seus vinhos concentrados. Ágeis sommeliers do restaurante Parigi vão destampando as garrafas: um chardonnay, um malbec e um cabernet sauvignon, todos da safra 2002 da linha Catena Zapata. O chardonnay ganha elogios entusiasmados. "É o melhor chardonnay que já se fez na América do Sul", entusiasma-se o advogado e enófilo paranaense Guilherme Rodrigues, um dos presentes no almoço, os olhos transbordando de felicidade. Depois chega o esperado e raro Nicolás Catena, numa garrafa mais bojuda, por sinal fabricada da Itália.

Como quase todos os profissionais e amadores do universo do vinho, Nicolás Catena foi ver o filme Sideways – Entre Umas e Outras. Gostou? "Não", responde sem rodeios, já entretido com a sobremesa (meia porção de tarte tatin com sorvete de creme). Talvez por que o personagem principal seja apaixonado pela uva pinot noir, cujo consumo no mundo inteiro cresceu em função do sucesso da fita, e que por razões climáticas quase não é cultivada na Argentina? "Não é por isso", explica Catena. "Achei o personagem muito depressivo, muito artificial em seus julgamentos sobre vinho. E o roteiro tem várias falhas." Por exemplo? "O Miles (protagonista interpretado por Paul Giamatti) repete o tempo todo que detesta a uva merlot, tanto quanto gosta da pinot noir. E qual é o vinho de sua vida? O Chateau Cheval Blanc, safra 1961. Ora, o Cheval Blanc é feito com cabernet franc e... merlot."