sábado, julho 29, 2006



Darlan, Andre e João na festa
Lyara e Flavia na festa
André e Paula na festa


Na Vista Chinesa



Imagens do Rio (ainda que um pouco atrasadas)


Relatos visuais de uma viagem



Eu, Andre e Helena e o Cristo






João em Ipanema

quarta-feira, julho 26, 2006

Sei que o assunto já esgotou, mas...

...a notícia saiu hoje. É a explicação de um dos maiores mistérios da Copa para mim. O porquê de Ronaldinho Gaúcho não ter jogado nada.

Vejam abaixo ou no link.
http://www.omelete.com.br/games/news/base_para_news.asp?artigo=18935

Fracasso do Brasil na Copa é culpa do PlayStation 2
Por Marcelo Hessel26/7/2006

Parreira, Nike, CBF? Nada disso. A culpa do fracasso do Brasil na Copa agora é do PlayStation 2.
O tablóide britânico The Sun entrevistou a namorada de Ronaldinho Gaúcho, a modelo francesa Alexandra Paressant, e descobriu por que o melhor jogador do mundo negou fogo na Alemanha. "Ele furava as regras da concentração e vinha para o meu quarto fazer amor a noite toda e jogar FIFA World Cup no PlayStation 2 dele", entrega ela.
A modelo fez questão de explicar que não foi a maratona carnal que enfastiou Gaúcho na competição. "O hábito de ficar jogando videogame depois das vitórias deve ter derrubado a forma física dele", palpita.
A Sony não disse publicamente ainda se pagou alguma coisa para o jogador afinar. :-P

terça-feira, julho 25, 2006

Filosofando...

Plagiando um blog ótimo (www.viajenaviagem.zip.net), do Ricardo Freyre, vou postar um texto longo (sorry, Gusha), mas que, pra mim, traduz bem o que é o Rio de Janeiro - até melhor do que o Ruy Castro.

Realmente, é uma cidade surpreendente. Quando fui a primeira vez, falei "Ah, bonito, etc e tal, mas prefiro SP". Hoje, eu tô topando morar lá até pra vender sorvete de Cairu em Ipanema e no Leblon. Se bem que comer AQUELE sorvete de tapioca todos os dias não seria nada desagradável....



Valsa de uma cidade
Se algum dia me perguntarem por que eu viajo, eu vou responder: para ver se encontro algum lugar mais encantador que o Rio de Janeiro. Até hoje, não encontrei. Outras cidades podem ser muito superiores em um ou outro aspecto, mas levam nota baixa em tantos quesitos — tipo ala das baianas, empolgação e alegorias de cabeça — que na média acaba dando o Rio, longe. Se você fizer questão de padrões internacionais de julgamento, tudo bem, lá vai: o Rio é Oscar de cenário, direção de arte, casting, (falta de) figurino, roteiro e trilha sonora original. Em que outro canto do planeta você encontra praia, vida cultural de primeira, gastronomia, compras e um povo exótico (nós mesmos!), tudo num lugar só, e em qualquer época do ano?

Para começar — eu adoro dizer isso, porque consigo injuriar paulistas e cariocas numa mesma frase — o Rio é a melhor coisa de São Paulo.

A própria ponte aérea já é uma grande idéia — uma invenção made in Brazil, imagine só, fruto da aliança entre o capital e a vontade de fugir do trabalho. O vôo inteiro é lindo. Com tempo bom, são pelo menos 30 minutos ininterruptos de litoral sendo traçado ao vivo embaixo do seu nariz: a Ilhabela, a baía de Ilha Grande, a restinga da Marambaia. A aterrissagem é mais linda ainda. O avião mergulha perigosamente em direção a um centrinho manhattóide — mas quando você desce a escada, o bafo, o cheiro da maresia e a visão do Pão de Açúcar no canto esquerdo da tela dissipam quaisquer dúvidas e dão as boas-vindas à Guanabara. Que Hong Kong que nada: não existe pouso como no Santos Dumont.

Antigamente, você mal chegava e era disputado por três ou quatro mulheres que aliciavam você ao mesmo tempo, usando a mesma frase provocante (“Táxi, senhor? Táxi?”). Hoje a coisa está (infelizmente) mais organizada. Mas mesmo assim você entra no táxi e em trinta segundos já está costeando o gramado pré-brasiliense do Aterro, com o dinheiro velho da praia do Flamengo te olhando de um lado, o Pão de Açúcar ficando cada vez mais próximo do outro, e o conjunto da obra dando a certeza de que o Brasil um dia já teve um projeto estético mais bacana.

Mais um pouco, você atravessa o túnel e chega a Copacabana, o RG extraviado do país, espelho quebrado da nossa alma, um bairro chamado 200 (desisto. Nada vai ser melhor que “purgatório da beleza e do caos”, © Fausto Fawcett, ou “Notre Dame d’Avenue”, © Eduardo Dusek). Se o Brasil fosse fazer um tratamento ortomolecular e tivesse que arrancar um fio de cabelo como amostra, este fio de cabelo (originalmente pichaim, depois alisado) seria Copacabana. Estamos todos lá: milionários falidos e favelados emergentes, latifundiários e sem-teto, aposentados e boys, classe média alta, classe média baixa, classe média gorda, classe média magra, gente de todos os fatores de proteção solar e de uma profusão incatalogável de sexos dividindo um quarto-e-sala de 6 postos. Copacabana não vive: se expõe. Poder andar descalço e de roupa de banho (meninas, não esqueçam a canga) pela avenida Nossa Senhora de Copacabana, na hora do rush, revela mais sobre a nossa cultura do que 5 anos de sociologia na PUC.


Adoro, mas muito obrigado. Prefiro assistir a Copacabana de uma distância segura — em Ipanema ou no Leblon. É mais bonito, você pode ir à churrascaria Plataforma invocando a memória de Tom Jobim quando na verdade é pelo ar condicionado depois da praia, e sempre dá para responder “Pela Lagoa”, não importa qual seja a pergunta do taxista. Mais para lá do que isso só se deve ir (e voltar correndo) à Prainha, ao Quinta, à Tia Palmira ou muito excepcionalmente a um show no ATL Hall. Ou seja: pule a Barra. Por enquanto, a Barra não diz respeito a forasteiros como você e eu. Viver na Barra parece ser uma espécie de programa espacial colocado à disposição do contribuinte carioca. A Barra da Tijuca é a Lua de Copacabana.


(A propósito: não acredite que para ir à praia você precisa pra lá da Barra. É verdade que as praias pra lá da Barra são incomparavelmente mais limpas e menos cheias que as da Zona Sul, mas se você quer praias incomparavelmente mais limpas e menos cheias as da Zona Sul, não vá ao Rio. O aspecto natural mais interessante das praias do Rio é a fauna. Não compensa enfrentar as agruras do trânsito apenas por um pouco de contato com o reino mineral.)

O que faz do Rio um lugar fora de série para passar férias é que lá o turista nunca é intruso. O turista apenas está compartilhando das férias da população local. Não é preconceito, não: é que tudo o que é feito ao ar livre no Rio de Janeiro tem aparência, gosto, textura e consistência de férias. Eles provavelmente nem se dão conta, mas fazer jogging na beira da praia às 6 da manhã é como sair um pouquinho de férias todos os dias. Tomar um chopp na saída do trabalho (nem que seja depois de um serão nipônico) é férias. Num domingo ensolarado, a sua cidade pára — mas o Rio de Janeiro entra em férias. É um prazer incomparável poder passar as férias num lugar tão bem equipado para as férias dos seus próprios habitantes.

Mas claro que você não vai perceber nada disso, se passar dia e noite surtado pela síndrome da paranóia adquirida.

Eu sei, é mais forte do que você. Foram anos e anos de briga em rede nacional, às 8 da noite, entre seu Brizola e dona TV Globo, e fica difícil você captar o encanto quando o seu radar só está programado para detectar arrastão. Mas veja bem: se o Rio fosse tão perigoso assim, como pode tanta gente estar na rua o tempo todo, tomando seu chopinho de pé na esquina, andando no calçadão de relógio, indo a Ipanema no domingo? (Domingo é o dia Mundial do Arrastão.) Como se explicam os grupos de velhinhas que vão ao teatro? (Você já viu velhinhas saírem em grupo em São Paulo?) Muito mais perigosas são as cidades que fazem a gente ficar plantado no sofá com 3 controles remotos na mão por total falta do que fazer na rua.

(E agora tem a questão das balas perdidas. Se eu morasse com vista para um foco de brigas de traficantes, eu também dormiria embaixo da cama todas as noites. Agora: daí a achar que eu vou sair da avenida Angélica, tomar a ponte aérea, me hospedar em Ipanema, pegar um táxi numa hora determinada e para um trajeto tal, de modo que a incidência de sinais verdes e vermelhos, associada à disposição do taxista em ultrapassar ou não os amarelos, faça com que a gente intercepte uma infeliz de uma bala perdida, é, realmente, muita pretensão. Se eu me considerasse estatisticamente tão importante assim, jogaria na loteria três vezes por semana.)

Você já pensou em riscar Roma do seu caderninho só porque lá eles têm trombadinhas de Vespa, que engancham o guidão na bolsa dos turistas e saem na boa? Miami por acaso chegou a sair das suas cogitações depois que a polícia mandou trocar as placas dos carros alugados devido às gangues que perseguiam (assaltavam e às vezes assassinavam) turistas? Duvido que você tenha esperado o prefeito Giuliani baixar a taxa de criminalidade para só então viajar a Nova York.

O maior crime atualmente em cartaz no Rio de Janeiro é tanta gente esquecer que a cidade mais interessante da galáxia está a menos horas de vôo de casa do que as horas de fila no consulado americano.

Mas ir ao Rio não tem nada a ver com civismo — e tudo a ver com prazer. Vá, e faça todos os programas de turista que você sempre achou bregas. Suba ao Pão de Açúcar e ao Corcovado, assista a um jogo do Flamengo, desfile numa escola de samba — e constate enfim que virar clichê não é para qualquer um.

Descubra qual é a musa do verão, do alto verão, do inverno, do feriadão ou dos próximos 15 minutos. Aproveite e embarque numa dessas modinhas que pegam no Rio como febre e que duram menos do que gripe. Tome um chá na Confeitaria Colombo (só em dias de semana), assista a um show no Rival (é mais engraçado que no Canecão, que por sua vez é muito mais legal que o Palace), faça recenseamento de globais no Antiquarius, ande de tênis e meia na pista fechada da Vieira Souto no domingo, coma um sanduíche de pernil com abacaxi no Cervantes, inicie um movimento para incluir o caldinho de feijão do Bracarense na lista da Unesco de patrimônios da humanidade, e, na dúvida, responda sempre “Pela Lagoa” a qualquer pergunta de taxista.

Na volta, fique feliz por não morar lá — assim você pode sentir muito mais vezes a emoção jobiniana de aterrissar na Guanabara.
Originalmente publicado no livro Viaje na Viagem, em 1998.

segunda-feira, julho 17, 2006

Zidane e a filosofia da rua

Dois textos publicados neste fim de semana conseguiram mostrar muito bem o que eu penso em relação ao caso Zidane, mas não conseguia explicar direito para as pessoas. Eu simplesmente simplificava tudo parafraseando Mano Brown “Você pode tirar o cara da favela, mas não tira a favela de dentro do cara.” Todo mundo sabe da infância de Zinedine Zidane nos subúrbios de Marselha, ok? Filho de imigrantes argelinos e muçulmano, imaginem a barra numa terra de conflitos étnicos e religiosos como foi visto ano passado na França, quando os filhos de imigrantes atearam fogo nos carros nos subúrbios de Paris. Zidane foi descoberto por um olheiro de um time pequeno quando jogava bola na rua. Se isso não tivesse acontecido, hoje ele poderia estar queimando carros.

O artigo de Marcos Caetano publicado no Estadão no sábado e republicado no No Mínimo hoje é o melhor, mas também concordo com alguns pontos da matéria de André Fontenelle publicado na Veja (pág. 80, sem link, descolem a revista), quando diz que ao se desculpar pela agressão mas não pedir perdão ao agredido zagueiro Materazzi, Zidane criou uma questão ética de difícil solução. Quem responde essa questão na matéria é Renato Janine Ribeiro, que diz que quem infringe regras precisa arcar com as conseqüências, como Zidane fez. Então, por esse ponto de vista é perfeitamente possível pedir desculpas por um ato de violência, mas não se arrepender dele.

Marcos Caetano não condena Zidane em momento algum e tem sacadas ótimas. “Conforme a prorrogação se aproximava, o mundo pressentia o desfecho épico para uma copa carente de brilho individual. Tal desfecho seria a consagração de Zidane... Mesmo se perdesse nos pênaltis, o craque francês já teria assegurado seu papel de grande herói. ...Só que Zidane não quis entrar para a história como personagem épico-, mas como personagem trágico.”

“Nos instantes em que ouviu Materazzi construir de forma ardilosa, palavra por palavra, sua provocação insidiosa... ....o homem Zidane, com um ombro estropiado, exaurido fisicamente após 109 minutos de partida, perdeu a batalha íntima para o menino Zizou. Nem mesmo numa final de Copa do Mundo Zizou permitiria que alguém xingasse seus familiares ou rebaixasse seu Deus.”

No final o artigo de Marcos Caetano dialoga com a matéria da Veja, quando fala “Só ficarei decepcionado se um dia ele se confessar arrependido pelo que fez. Que o craque da Copa jamais faça as pazes com o mundo, para poder continuar em paz consigo mesmo. Que Zidane e o menino Zizou permaneçam fiéis um ao outro.”

Nesta quinta-feira a Fifa fará uma acareação com os dois envolvidos no caso. Vou torcer para que o craque francês não se arrependa.

terça-feira, julho 11, 2006

10 ANOS!!!!???????????

Só para dar ainda mais corda para essa essa onda déjà vu. Venho por meio dessa comunicar que este feliz e improvável casal está completando 10 anos de união exatamente na madrugada desse dia 12/07/2006!!!!!!!! Pois é gente tudo começou numa fria madrugada de final de semestre em Bauru. Nem podíamos imaginar no que daria aquele encontro, mas estou muito satisfeita com o resultado.

Ah e agora a novidade, já estou de volta a TV Globo desde semana passada, no fundo não tenho bem certeza se era isso memso o que eu queria. Mesmo assim estou contente e animada. A equipe é ótima e o trabalho parece mais interessante que o anterior. Lá vou eu ralar muito nos próximos 10 meses.
Déjà vu

(prá rimar com o nome daquele cidade...)

Caros, recebi a mensagem abaixo na minha caixa de e-mails.

Antes de qualquer outro comentário: meu Deus faz dez anos!!!!

Anderson, envelhecido dez anos...






segunda-feira, julho 10, 2006

Amigos,

compartilho com vocês o texto que escrevi para a Gazeta Mercantil e que também coloquei no Mestres da Copa www.mestresdacopa.zip.net.

Agora, voltamos à vida normal... Ufa!

Abs saudosos,
Anderson
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Eficiência italiana em tempo de crise

Anderson Gurgel

Com o término da Copa da Alemanha, uma nova estrela brilha, é a quarta da Itália. Se o Brasil é pentacampeão mundial isolado, a Itália conquista agora o seu tetracampeonato, distanciando-se também dos demais campeões mundiais. De forma mágica, característica típica do futebol, a seleção italiana retomou um momento parado no tempo e resgatou o sonho do título, da mesma forma que o perdeu há 12 anos, nos Estados Unidos. Naquela ocasião, a seleção brasileira ganhou da italiana nos pênaltis, após a perda de um pênalti por Roberto Baggio. Ontem, na última cobrança, o jogador Grosso cumpriu seu papel e entrou para a história.

A vitória italiana sobre a França, depois de 90 minutos com um empate em 1 a 1, adia o sonho do bicampeonato da equipe capitaneada pelo genial e esquentado Zinedine Zidane. O craque, que foi um dos grandes nomes desse Mundial, chamuscou o encerramento de sua carreira, ao agredir um jogador italiano e ao ser expulso nos trinta minutos complementares. Se não fosse o ocorrido, o resultado poderia ter sido outro, já que a equipe vice-campeã mostrava mais combatividade no jogo.

De qualquer forma, o resultado final, depois de 64 jogos, com a vitória italiana e epílogo amargo de um gênio, como é Zidane, coroa uma Copa do Mundo de muitas prorrogações, definições por pênaltis e resultados magros. No mundo globalizado do início do século XXI, um dos maiores ícones é o futebol-espetáculo, mas os jogos se tornam cada vez menos espetaculares. Resolvido em detalhes, em jogadas de bolas paradas.

De forma surpreendente, o futebol retoma uma velha lição: se o esporte mais amado do mundo se aproxima cada vez mais dos negócios, do sério, por outro lado, o resultado desse mundial gera um grande deslocamento desse “mundo real”. Quem poderia prever, antes da competição, que o grupo italiano, que saiu do seu país no meio de um escândalo sobre manipulação dos jogos, poderia alcançar tamanho feito?

A Copa da Alemanha, o auge da intersecção do mundo dos negócios com o mundo do lúdico, descola o jogo do campo do outro jogado nos gabinetes de empresas, entidades e tribunais. E, com isso, premia até jogadores que, ao voltar ao seu país terão de explicar o envolvimento no escândalo de corrupção esportiva. A expectativa é que, após toda a comemoração, os italianos dêem outro show e façam justiça, punindo todos os que de ser punidos.

Vendo o resultado do Mundial sobre uma perspectiva ainda maior, o saldo final dessa 18ª Copa do Mundo é que, entre ganhadores e perdedores, todos aprenderam grandes lições. E terão muitos desafios pela frente, na continuidade do trabalho tanto no campo esportivo quanto dos negócios. Um exemplo disso é que, além da Itália, a Alemanha também comemora muito o fim da competição. Graças ao povo germânico, a Copa do Mundo foi um show.

Dos estádios à infra-estrutura, passando pelo turismo e pelo entretenimento, esse Mundial vai ficar marcado pelo profissionalismo e pelo entusiasmo. Os investimentos feitos na competição foram enormes, somente nos espetaculares estádios foram aplicados 1,4 bilhões de euros. Outros bilhões foram injetados em uma série de outras frentes econômicas, aumentando o turismo naquele país. Entre os legados que os anfitriões esperam alcançar está a conquista de um lugar entre os cinco maiores destinos turísticos mundiais. Isso significaria um crescimento de 7% no fluxo atual, chegando aos 25 bilhões de euros.

A Copa do Mundo de 2006 eterniza-se também como a mais midiática de todas. Na prática, foi um verdadeiro “big brother”, mostrando os jogos por ângulos nunca antes vistos, como até cenas dos vestiários antes da competição. Como resultado, ainda preliminar, essa Copa já bate recordes de audiência global, com um aumento de mais de 20% no interesse dos telespectadores. E, com isso, as estimativas apontam que a edição alemã pode alcançar uma audiência acumulada de mais de 44 bilhões de pessoas em todo o mundo, extrapolando em 9% o resultado da edição anterior. Além da TV, jornais, rádios, Internet e celular geraram um superexposição de jogos e jogadores como nunca antes visto.

Talvez isso tudo ajude a entender um pouco melhor o fiasco da seleção brasileira. Superfavorita antes da competição, a equipe formada por alguns dos maiores craques do futebol no mundo não teve um minuto de sossego. Tudo o que aconteceu da pré-temporada até a queda vergonhosa para a França, nas quartas-de-final era midiatizável. Do sobrepeso do jogador Ronaldo às brigas entre membros da equipe, das namoradas dos atletas ao tipo de comida que eles ingeriam, tudo foi tema de reportagens. Contraditoriamente, a superexposição da equipe canarinho não ajudou a entender o fiasco que foi a sua participação no mundial. Taí um desafio para os estudiosos do jornalismo: para onde caminha a cobertura esportiva?

O término da Copa da Alemanha, por fim, não tirará o futebol do grande centro de interesse das mídias e dos torcedores, por conseqüência. Para o Brasil, tão próximo da Itália quanto da França, culturalmente falando, a Copa da Alemanha deixa uma lição sobre a importância da necessidade do planejar todos os cenários, da importância da liderança e do espírito de equipe. Não soubemos lidar com esses fatores, e fomos taxados de “a grande decepção do Mundial”. Contudo, se começarmos esse trabalho agora dá para “sobrar em campo” novamente muito antes de 2010 e conquistar, no continente africano, o sonhado hexacampeonato. Enquanto isso, vale comer uma pizza e comemorar com os italianos, a vitória em campo, pois fora dele o futebol campeão do mundo vai ter muito que explicar nos próximos dias.

domingo, julho 02, 2006

QUE ÓDIO!!!!!!

O pior foi acordar hj de ressaca e mau humor e ter que ler o jornal. Não tinha sido um pesadelo... Para mim não tem desculpa. E tb. não temos que ficar amenizando nada. Fomos péssimos. Bando de jogadores sem amor à camisa canarinho e sem senso de responsabilidade para com a pátria. EGOÍSTAS, MIMADOS, BURROS!!!

Deviam aposentar imediatamente esse Parreira imbecil.

A França foi bem, jogou assim, assim, mas nós fomos muito ruins. E esse Ronaldinho Gaúcho, que só fez reforçar todos os péssimos estereótipos que existem sobre os brasileiros nem jogou bola pra compensar o desserviço. Pois eu continuo gostando só Lúcio, Juan, Dida e Zé Roberto. Gente séria que não fica rindo a toa e fazendo macaquices e nem ganha milhões com campanhas ridículas. Curiosamente os únicos que pareceram ficar realmente sentidos com a derrota vergonhosa.

Deus foi ainda pior do que em 1998!!!! Pelo menos lá nos restou a perplexidade e o mistério. Dessa vez ficou na cara a nossa incompetência.
PS. Eu odeio o Ronaldinho Gaúcho.

Caros,
ando sumido desse blog por causa da correria que foi este mês de Copa... Inventei o blog Mestres da Copa e não tive mais sossego até o Zidane resolver esse problema por mim... risos amargos... bem, deixo em baixo uma cópia do texto que postei lá no www.mestresdacopa.zip.net
se puderem, dê uma passada por lá também.
abs
anderson
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O Show tem que continuar
Por Anderson Gurgel

Como o técnico Carlos Alberto Parreira, também não tinha me preparado para escrever neste blog sobre a derrota, principalmente uma tão triste e vergonhosa quanto foi a do Brasil para a França, por 1 a 0, no sábado, em Frankfurt. Mas ela veio. Se tivéssemos perdido em um contexto diferente, num jogo combativo, de resultados imprevisíveis (perder faz parte do jogo, não há desonra nisso), provavelmente, daria como título aqui o axiomático “c´est la vie”. Por ter sido como foi, vou de “o show tem que continuar” mesmo.

Apática, a seleção canarinho, de tantas alegrias e lembranças épicas, teve uma tarde irreconhecível – “amarelada”, como dirão alguns. Pois a impressão que ficou foi justamente a de que o Brasil parou para ver Zidane e companhia jogar. O resultado, todos nós já sabemos e ainda tentamos digerir, é que estamos fora da Copa da Alemanha. E o sonho do hexacampeonato fica adiado para 2010, na África do Sul. Uma constatação sobre essa derrota – que pelo menos em São Paulo culminou com um domingo de ressaca, com céu cinza e tudo – é que, diferentemente de outras, não nos pesou o véu da injustiça.

Quem viu o fatídico jogo pode até ter derramado algumas lágrimas, mas foi pela vergonha e não pela sensação de injustiça, como a que o Brasil viveu em 1982, por exemplo. Chego a arriscar, inclusive, que o resultado de sábado teve, pateticamente, um lado positivo. Ao meu ver, sepulta de vez as teorias e intrigas que envolvem a final da Copa de 1998. Falo daquelas lendas que acusam a CBF de ter vendido o jogo etcetera e tal. Não que a gestão do futebol brasileiro seja transparente, longe disso. Mas creio que perdemos anteontem e perdemos no Mundial da França simplesmente porque o time de Zidane foi melhor e mereceu ganhar.

Mas como já disse, o show tem que continuar e, surpreendentemente, sinto que a torcida brasileira entendeu isso. Diria que reagiu bem até. Em uma reportagem do “Jornal Nacional”, da Rede Globo, ainda no sábado, isso ficou bem claro: alguns entrevistados que assistiram ao jogo no Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, mostravam-se frustrados com a eliminação, mas meia hora depois já cantavam e dançavam em show que havia sido marcado pelos patrocinadores para após a partida.

E é, dentro dessa premissa, que darei continuidade aqui. Muitos especialistas em negócios do esporte, por exemplo, são unânimes em dizer que as derrotas têm a vantagem de impulsionar as mudanças. Um exemplo disso foi que, após a perda do título em 1998, ganhou força o movimento que levou à CPI CBF-Nike. Acredito que, passando a ressaca dessa derrota, acho que teremos pela frente uma excelente chance de resolver alguns impasses do futebol brasileiro, no campo do campo de jogo e também no dos negócios.

O que é mais fascinante, quando se fala de futebol, é que gestão esportiva e gestão de equipe têm tudo a ver. Daí que, recentemente, tenham surgido tantos livros e palestrantes fazendo a ponte entre esses dois mundos. Creio que quanto mais arrumarmos a casa na administração dos clubes e da seleção mais ganharemos no campo, jogando o jogo de futebol que torcedor quer ver.

Por isso, mesmo que muitos jogadores não queiram, a renovação baterá à porta da seleção. Deve começar pela comissão técnica, pois a situação de Parreira, que foi incensado com o tetracampeonato, ficou insustentável. A mídia esportiva também se apressa em “aposentar” alguns figurões da equipe brasileira: Ronaldo Fenômeno, Cafu, Roberto Carlos, Dida... Realmente, em grande maioria, os veteranos e heróis da Copa de 2002, não “vestiram a camisa”, como metaforizou o jornal “Lance!”, de ontem, para dizer que eles não mostraram garra e não lutaram até o fim.

Realmente essa é a sensação geral. Diferentemente de Argentina e Inglaterra, a sensação geral é a de que os jogadores brasileiros “não caíram de pé”. Isso vai pesar sobre eles um bom tempo, poderá prejudicar suas renovações de contratos com os seus clubes (muitos deles estão nessa fase agora) e, creio, alguns até perderão ainda os patrocinadores de ocasião. Mas sugiro que evitemos cair na tática da condenação dos bodes-expiatórios do momento. Melhor será se fecharmos para balanço de vez e daí sairmos com um projeto consistente para os próximos anos.

Se começarmos esse trabalho agora dá para “sobrar em campo” novamente muito antes de 2010 e conquistar, no continente africano, o sonhado hexacampeonato. Por hora, como amantes do futebol, que somos, cabe aplaudir quem está fazendo bonito: a Alemanha, na administração do evento e no jogo com a bola nos pés (viu como dá para juntar gestão e paixão?) e o técnico Luiz Felipe Scolari, por nos ensinar novamente a lição sobre a importância da liderança.

Ah, acho que vale, também, parabenizar as empresas brasileiras e patrocinadoras que sabem o valor de ter um Plano B. Após a derrota para a França, na TV e nos jornais, alguns comerciais aumentavam o nosso constrangimento com uma euforia não-condizente com o momento. Brahma, com um anúncio televisivo com o Zeca Pagodinho, e Telefônica, com uma “tira-anúncio”, feita por Ziraldo e publicada em alguns impressos, foram as primeiras que solidarizaram com o torcedor-consumidor. Elas entenderam, por fim, que “o show tem que continuar”.

sábado, julho 01, 2006

Me and you and everyone we know

Pode- se falar de cinema durante a copa? Bem como ninguém anda dando muita bola para o blog. Posso escrever os delírios que quiser!
Fomos ao cinema hj. Tem sido difícil escolher algo interessante para ver. E eu estava atoa e sou meio viciada. De qualquer forma o filme (citado acima) me chamou atenção. Mencionei ao Darlan e ele me retrucou com aquela interjeição clássica de maridos: Quê!!!! Nunca ouvi falar. Me intimidei.... duas semanas depois um caderno 2 macro do Globo ( O Circ du Soleil fez eles aumentarem o caderno só para pôr mais anúcios) estampava numa de suas páginas extras uma matéria enorme e elogiosa ao referido. Dessa fez nada não me fiz de rogada. Vamos assistir e ponto. Fomos hj. Não poderíamos ter feito melhor escolha para essa sexta-feira que veio depois de uma semana tão atribulada. O filme é delicado, suave, engraçado e triste. Um pouco surpreenedente e lírico, muito simples e próximo e absurdo e bizarro ao mesmo tempo. Simplesmente amei. Fiquei absolutamente encantada.