domingo, janeiro 23, 2005

André,

a propósito, você já pensou em pedir para "uma das árvores que falam" a fórmula da felicidade e do amor? Sinto, meu caro, que essas suas questões são por demais fabulosas para você encontrar respostas em filmes de imaginação limitada, seja pela pobreza sistêmica ou pela limitação espiritual (a pior, sim, oh! Deus!, a pior...). Permita-se viver a fantasia sem aditivos, pelo simples prazer de viajar sem sair do lugar, de dar a volta ao mundo para encontrar a felicidade em casa, Dorothy. Além do mais, André, as árvores não falam mesmo, nem as rosas. Mas pode ter certeza que se falassem elas diriam que estamos velhos até para perceber que nem tudo é tão ruim no mundo de hoje. Veja um exemplo: realmente a molecada não lê, mas tem acesso à fantasia e à imaginação com nunca. Elas não tem vergonha de sair às ruas vestidas de yoda ou de darth vader. Nas limitações de um mundo em escombros, elas conseguem sorrir e continuar vivendo. André, se você me permite, fuja desse padrão: não espere vinte anos para descobrir a magia que há na fábrica de chocolate. Não seja o último a perceber que Matrix é um clássico. Que Blade Runner é poético. Que Fantasia é lisérgico. Que Senhor dos Anéis é o testamento de um mundo que caminha para o seu fim. Em resumo, não seja o último. A imaginão é o passaporte para a primeira classe nesse mundo, a classe dos que sonham com um futuro que já está aqui, em potência. Vença a sua guerra pela conquista do amor, seguindo uma estrada de tijolos amarelos, com amigos elfos e carregando um sabre de luz. Nesse caminho, você será atrapalhado por aquele-que-não-ser-nomeado, mas se tiver sorte um super-herói virá te salvar, saindo de uma téia. E, no fim, você será o rei de uma terra próspera e cheia de descendes, provavelmente mais otimistas e sonhadores que você, provavelmente mais experimentalistas que você. Pode ter certeza de que o convite vem para poucos e a senha pode ser liberada por uma dessas árvores falantes. Siga o coelho branco. Ou não. Decida logo. Agora. Às vezes pensar é matar a imaginação. A pílula vermelha se derrete em suas mãos quentes.
ass., mestre dos magos.

terça-feira, janeiro 18, 2005

Desisti

Eu ia escrever um post longo sobre o bomba "Alexandre, o Grande" (que eu fui ver porque é sempre bom sabermos do que estamos falando mal), mas desisti. Esse blog não anda dando audiência e só eu e o Darlan escrevemos. Me cansei-me, como diria o Zé Wilker na novela das 8.....
A Helena tem razão!!!!!!!!!

Que gente mais preguiçosa!
Que falta de consideração para com os amigos!
Vamos lá povo o ano já começou, queremos saber as novidades e as opiniões. O Anderson vez por outra faz cometários mínios, o Márcio embalado na preguiça, nem isso. O André só promete e o Edson deve ter sucumbido nos mares de Floripa. E eu tb. me sinto desestinulada e só não deixo de fazer comentários pq. sou uma eterna intrometida.
Outra coisa: estaremos em Sampa nesse final de semana e queremos encontrar vocês. Não vai valer desculpa de chuva, cansaço, trabalho atrazado, dor de barriga... achem um tempinho no sábado ou domingo a noite. E deixem essa letargia pra lá!

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Sou brasileiro e não desisto nunca de também falar mal

Esse novo spam que está rolando parece até mais um texto escrito pela turma do Duda Mendonça ou então do Gushiken para fazer com que o brasileiro acredite que detalhes como o AeroLula, os roupões de algodão egípcio, a taxa de juros ou então a ida da Roseane Sarney para o Ministério são coisas comezinhas, intrigas da imprensa...

Mas as informações são verdadeiras e acabam funcionando como uma espécie de "apesar deles, esse País ainda é um lugar viável e o melhor lugar para se viver..."

"COMENTÁRIOS DE UMA HOLANDESA SOBRE O BRASIL...

Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. E realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e (pasmem!) se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos - antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues uropeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal- e tem fila na porta. Na Europa, nao-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir para lá dar aulas de "Como conquistar o Cliente". Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura.

Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos. O Brasil tem uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas >>> de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se >>> comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os brasileiros são vítimas de vários crimes contra sua pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que tem muitas razões para resgatar as raízes culturais. >>> Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido >>> maior sucesso no combate à AIDS e >>> outras doenças sexualmente >>> transmissíveis, e vem sendo exemplo >>> mundial. >>> >>> 2. O Brasil é o único país do >>> hemisfério sul que está participando >>> do Projeto Genoma. >>> >>> 3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades >>> de diversos países, a cidade do Rio de >>> Janeiro foi considerada a mais solidária. >>> >>> 4. Nas eleições de 2004, o sistema do >>> Tribunal Regional Eleitoral (TRE) >>> estava informatizado em todas as >>> regiões do Brasil, com resultados em >>> menos de 24 horas depois do início das >>> apurações. O modelo chamou a atenção >>> de uma das maiores potências mundiais: >>> os Estados Unidos, onde a apuração dos >>> votos teve que ser refeita várias >>> vezes, atrasando o resultado e >>> colocando em xeque a credibilidade do >>> processo. >>> >>> 5. Mesmo sendo um país em >>> desenvolvimento, os internautas >>> brasileiros representam uma fatia de >>> 40% do mercado na América Latina. >>> >>> 6. No Brasil, há 14 fábricas de >>> veículos instaladas e outras 4 se >>> instalando, enquanto alguns países >>> vizinhos não possui nenhuma. >>> >>> 7. Das crianças e adolescentes entre 7 >>> a 14 anos, 97,3% estão estudando. >>> >>> 8. O mercado de telefones celulares do >>> Brasil é o segundo do mundo, com 650 >>> mil novas habilitações a cada mês. >>> >>> 9. Na telefonia fixa, o país ocupa a >>> quinta posição em número de linhas >>> instaladas. >>> >>> 10. Das empresas brasileiras, 6.890 >>> possuem certificado de qualidade ISO >>> 9000, maior número entre os países em >>> desenvolvimento. No México, são apenas >>> 300 empresas e 265 na Argentina. >>> >>> 11. O Brasil é o segundo maior mercado >>> de jatos e helicópteros executivos. >>> >>> Por que esse vício de só falar mal do >>> Brasil? >>> >>>

1. Por que não se orgulhar em dizer >>> que o mercado editorial de livros é >>> maior do que o da Itália, com mais de >>> 50 mil títulos novos a cada ano? >>> >>> 2. Que o Brasil tem o mais moderno >>> sistema bancário do planeta? >>> >>> 3. Que as agências de publicidade >>> ganham os melhores e maiores prêmios >>> mundiais? >>> >>> 4. Por que não se fala que o Brasil é >>> o país mais empreendedor do mundo e >>> que mais de 70% dos brasileiros, >>> pobres e ricos, dedicam considerável >>> parte de seu tempo em trabalhos >>> voluntários? >>> >>> 5. Por que não dizer que o Brasil é >>> hoje a terceira maior democracia do mundo? >>> >>> 6. Que apesar de todas as mazelas, o >>> Congresso está punindo seus próprios >>> membros, o que raramente ocorre em >>> outros países ditos civilizados? >>> >>> 7. Por que não lembrar que o povo >>> brasileiro é um povo hospitaleiro, que >>> se esforça para falar a língua dos >>> turista, gesticula e não mede esforços >>> para atendê-los bem? >>> >>> 8. Por que não se orgulhar de ser um >>> povo que faz piada da própria desgraça >>> e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada Brasil! Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser BRASILEIRO!!!"

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Aderi à feijoada

Pois é, já faz um tempo não corro mais para o McDonalds quando o cardápio á disposição é feijoada. Continuo não comendo pé de porco, lombo, costela, nada de porco. Mas sempre adorei carne seca, feijão, couve, faro. E, desde que descobri que as melhores feijoadas são servidas com as carnes separadas, virei um fã de feijoada. Ainda mais aqui no Rio que toda a sexta-feira tem a maldita em qualquer restaurante por quilo. E eis que agora também provei e acompanhei fazer a mais famosa feijoada do Rio, a da Portela. Não é mais feita pela lendária Vicentina (aquela do "Pagode do Vavá", do Paulinho da Viola), mas encontraram uma nova baiana que guardou a receita original. A turma da Ivete, que além de virar a noite cozinhando o feijão, criou até um grupo de samba e, pela primeira vez vão ganhar uma ala no desfile.
Acho que agora já até consigo fazer a iguaria (o segredo está na preparação da panela, na ordem das carnes que são cozinhas inteiras, intercaladas por camadas de feijão, e fervidas na marcha do samba). Bem que, prefiro muito mais encontrá-la pronta e apreciá-la ao som da roda de samba da Velha Guarda da Portela. O programa na quadra é meio muvucado, mas é imperdível. Carreguei até a Lyara para provar o feijão.
Quem tiver interesse, fiz uma matéria para o iG.


terça-feira, janeiro 11, 2005

Minhas férias

Estou estranhando porque voltei ao trabalho ontem naquele lugar que não deve ser nomeado, mas continuo de bom humor. Estou aqui imaginando que deve ter sido porque minhas férias foram ótimas, porque:

1) O que eu mais amo nessa vida depois dos gatos é o mar. Porque tudo de que eu preciso pra me acalmar é dar um belo mergulho e caminhar com a água batendo nos meus pés. E eu tive um mar lindo durante dois dias, em Ubatuba. Foi pouco, mas a qualidade foi imensa. E com companhias maravilhosas, como a do Márcio com seu jeito "nasci pra morar da praia" - igualzinho a mim!!!

2) Descansei horrores. Dormi muito, vi muitas séries inúteis. Vi novela até dizer chega.

3) Apertei a barriga do Leo, penteei o Olivio, cocei o queixo do Frodo, brinquei com os Da Silva (Wes, Melancia e Diego), dei samambaia pra Lucy comer, cuidei da minha velhinha preferida, a Mina.

4) Comi comidas deliciosas como Panetone de cupuaçu e geléia de café.

5) Participei de um almoço de Natal divertido como há muito não acontecia.

6) Realizei uma vontade antiga de fazer uma ceia de Natal só para Anderson e eu.

7) Fiz um jantar de Reveillon delicioso com poucos e bons, quando bebi muito espumante Terra Nova (do vale do São Francisco) docinho acompanhado por muitas cerejas frescas.

8) Arrumei minha casa, joguei um monte de coisas fora e liberei preciosos espaços.

9) Comprei vários DVDs fúteis e divertidos, como "Sex and the city" e ganhei DVDs maravilhosos do Anderson, como 4 da coleção do Kubrick, meu cineasta preferido.

10) Fiz uma receita ótima de risoto de maçã com gorgonzola e outra melhor ainda de chutney de manga.


Essas são as coisas que me lembro agora, nesse momento. Há mais umas 50 pequenas coisas tão boas quanto.... Realmente foi bom. Mas o próximo Natal já está decidido: quero passar no Nordeste.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Queremos PICADINHO 2004.Na versão 2005, claro!!!!!!!!!!!

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Ânimo!!!!!!!!!!!!!!!!

Vamos lá amigos, mirem-se no exemplo da nossa ingrediente Helena e escrevam, estamos todos muito preguiçosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, janeiro 05, 2005

E o ano começa...

Há meses não escrevo nesse espaço. Muita escravidão, muitos compromissos, mas decidi voltar e retomar nossa tradição cinematográfica. Vamos manter o espaço vivo, já que ele é o nosso melhor ponto de encontro (espero que mudemos isso em 2005).
O ano começou pra mim com Antes do por-do-sol. Filmes como esse provam que meu romantismo tirou férias com o meu instinto materno e ambos parecem bem onde estão, sem vontade de voltar. A melhor parte do filme pra mim é que ele tem uma hora e quinze e quando a tortura estava no limite, acabou.
Reconheço que é um filme bem feito, bom tecnicamente, a Julie Delpy dá um show no acabado do Ethan Hawke (ou a falta que a Uma Thurmann faz na vida de um homem). Mas filmes de "discutir a relação" não são pra mim. E que relação? Só foi bom pra eles porque durou menos de 24 hs.
Mas ontem tive a recompensa. Fui ver Doze Homens e outro Segredo. Além de ser um filme lindo de morrer (por razões óbvias), é um filme divertido, animado, alegre. Tá na cara que o povo se divertiu filmando aquela brincadeira, e que atormentaram muito mesmo o sul da Itália. Mas um belo filme, filmado no estilo SOndenbergh que me agrada muito, com boas atuações e roteiro complicado, típico de filmes desse tipo. Sou fã desses filmes em que o bandido é o herói e em que ele não usa armas de fogo. Diversão garantida e bom cinema. Além, claro, de homens absurdamente lindos. E mulheres também.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Não tenho mais vô para me defender de pé na bunda

Foi há uns 15 anos. Eu estava em Socorro, "onde ainda se vive", e tinha ido sozinho até um dos vários potes da cidade - como são chamadas as bicas de água de água natural espalhadas em vários pontos do município. Após saciar a sede e minha inseparável agitação, voltava para a casa dos meus avós, quando fui surpreendido por um moleque caipira, pouco maior do que eu, que sem mais nem mesmo, sem sequer me confrontar ou me acusar de algo, começou a me dar chutes. Resignado, com a minha covardia típica e vendo outras moleques perto dele, decidi mais do que depressa acelerar o passo e seguir a máxima cristã "quando alguém lhe der um pé na bunda, ofereça a outra nádega". Mas eis que, mesmo me afastando do território que supostamente tinha invadido e sem esboçar qualquer revide, o meu algoz não cessava a sua agressão, mirando sempre o meu traseiro. Quanto mais corria, mais fortes eram os chutes. Percebi então que ao desacelerar, ele também diminuia a potência das agressões. O melhor que tinha a fazer era continuar andando, à espera de uma intervenção divina.
Humilhado e castigado, sem sequer saber o motivo, desabei a chorar, mas seguia o meu rumo. Até que do alto da rua, meu avô José Benedito dos Santos, avistou o meu calvário e, mais do que depressa, ao alto dos seus 1.90m, correu em minha direção, catou o Jeca Tatu mirim pelas orelhas braços e perguntou o que ele estava fazendo. E eis que venho a minha acusação: "Ele rrroubou minha rroupa". - "Que roupa?", questionou meu avô, não vendo nada em minhas mãos e certo da minha inocência.
Enquanto meu irmão dava risada e meu tio e meu pai questionavam a minha covardia e procuravam um motivo para eu estar recebendo a agressão sem revidar, meu avô perguntou apenas se eu estava bem e não largou do chutador até este me pedir desculpas. Meu avô não bateu no caipira, apenas o levou até a mãe dele, que viria dar a devida punição.
Meu avô, que até então eu nunca lembrara ter recebido uma manifestação de afeto, nem mesmo um beijo ou um pegar no colo, não só me defendeu como entendeu que, mais do que ver o meu algoz levando o mesmo troco, o que eu queria mesmo era ser declarado inocente e merecedor de afeto, não chutes.
Não me lembro se nesse dia, agradeci ou beijei o meu avô. De uns anos para cá procurava fazer isso. Mas agora chegou a minha vez de declará-lo inocente diante da implacabilidade do tempo, que o tirou de mim e do mundo para sempre.
Agora me resta somente uma avó. Quero dar ainda muitos beijos e abraços nela.