Demorou mas saiu!!!! Foi muita batalha, muito trabalho muito lob...rs....rs.... mas consegui a virada que estava querendo na minha vida profissional. Tem o mérito meu, tem a ajuda divina, com a forçinha de Santo Expedito e o apoio dos que acreditaram em mim! Estou muito feliz e certa de vou trabalhar um montão!!!!!! Mas agora no que eu gosto.
quinta-feira, março 24, 2005
OBRIGADA SANTO EXPEDITO PELA GRAÇA ALCANÇADA!!!
Demorou mas saiu!!!! Foi muita batalha, muito trabalho muito lob...rs....rs.... mas consegui a virada que estava querendo na minha vida profissional. Tem o mérito meu, tem a ajuda divina, com a forçinha de Santo Expedito e o apoio dos que acreditaram em mim! Estou muito feliz e certa de vou trabalhar um montão!!!!!! Mas agora no que eu gosto.
Demorou mas saiu!!!! Foi muita batalha, muito trabalho muito lob...rs....rs.... mas consegui a virada que estava querendo na minha vida profissional. Tem o mérito meu, tem a ajuda divina, com a forçinha de Santo Expedito e o apoio dos que acreditaram em mim! Estou muito feliz e certa de vou trabalhar um montão!!!!!! Mas agora no que eu gosto.
terça-feira, março 22, 2005
Sobre a Páscoa, Coelho e a conta que não bate...
bem pessoal, como faz tempo que não coloco nada aqui e não ando muito inspirado também, vou deixar essa crônica que recebi por e-mail. é bem interessante...
O ministério da saúde adverte: comam ovos de páscoa com moderação.
abs,
anderson
Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é ...... bem ...... é uma festa religiosa!- Igual Natal?- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e naPáscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!- Sim?- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o queaconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitoue subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ....... . Mamãe, Jesus era um coelho?- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é oPapai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino nãopode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até pareceque não lhe demos uma Educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteiradessas na escola? Ave Maria!- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?- É filho, Jesus e Deus são a mesma pessoa. Você vai estudar isso no catecismo.Chama-se a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.- O Espírito Santo também é Deus? É sim.
- E Minas Gerais?- Sacrilégio!!!- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é oEspírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entendedireito. Mas quando você for nocatecismo a professora explica tudinho!- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presenteele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?- Era, era melhor, ou então urubu.- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?- Isso eu sei: na sexta-feira santa.- Que dia e que mês?- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu nasexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.- Um dia depois.- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.- Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira decinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitouno sábado, três dias depois!- Como?- Pergunte à sua professora de catecismo!- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas.Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.- O Judas traiu Jesus no sábado?- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogériodiz que eu saí.- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?- Cristo. Jesus Cristo.- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho.Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?- Coitada!- Coitada de quem?- Da sua professora de catecismo!!!
(Luis Fernando Veríssimo)
bem pessoal, como faz tempo que não coloco nada aqui e não ando muito inspirado também, vou deixar essa crônica que recebi por e-mail. é bem interessante...
O ministério da saúde adverte: comam ovos de páscoa com moderação.
abs,
anderson
Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é ...... bem ...... é uma festa religiosa!- Igual Natal?- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e naPáscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!- Sim?- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o queaconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitoue subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ....... . Mamãe, Jesus era um coelho?- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é oPapai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino nãopode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até pareceque não lhe demos uma Educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteiradessas na escola? Ave Maria!- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?- É filho, Jesus e Deus são a mesma pessoa. Você vai estudar isso no catecismo.Chama-se a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.- O Espírito Santo também é Deus? É sim.
- E Minas Gerais?- Sacrilégio!!!- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é oEspírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entendedireito. Mas quando você for nocatecismo a professora explica tudinho!- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presenteele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?- Era, era melhor, ou então urubu.- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?- Isso eu sei: na sexta-feira santa.- Que dia e que mês?- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu nasexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.- Um dia depois.- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.- Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira decinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitouno sábado, três dias depois!- Como?- Pergunte à sua professora de catecismo!- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas.Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.- O Judas traiu Jesus no sábado?- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogériodiz que eu saí.- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?- Cristo. Jesus Cristo.- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho.Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?- Coitada!- Coitada de quem?- Da sua professora de catecismo!!!
(Luis Fernando Veríssimo)
quarta-feira, março 16, 2005
Melhor do que Plano Collor...
É lembrar que no dia 21/04 próximo fará 20 anos que o Tancredo morreu.... meus sais, por favor....
É lembrar que no dia 21/04 próximo fará 20 anos que o Tancredo morreu.... meus sais, por favor....
Plano Collor
Fas 15 anos. Estamos velhos. E pobres, desde então. Meu pai estava indo bem até 15 de março de 1990. Nunca mais se recuperou. Como a maioria dos pais dos demais picadinhos, eu sei.
Fas 15 anos. Estamos velhos. E pobres, desde então. Meu pai estava indo bem até 15 de março de 1990. Nunca mais se recuperou. Como a maioria dos pais dos demais picadinhos, eu sei.
terça-feira, março 08, 2005
As grandes questões
Quando coloquei o post "Top FIve" no ar, pensei que o que daria polêmica seria a parte sobre aborto, eutanásia e sexualidade. Mas ninguém se manifestou. Será que preguiça nossa em discutir questões polêmicas? Será que fugimos da realidade apenas nos engalfinhando por filmes, a la "Os sonhadores" e esquecemos do nosso tempo?
Em tempos de transgênicos e células-troncos, o questionamento veio à tona. Para pensar.
Quando coloquei o post "Top FIve" no ar, pensei que o que daria polêmica seria a parte sobre aborto, eutanásia e sexualidade. Mas ninguém se manifestou. Será que preguiça nossa em discutir questões polêmicas? Será que fugimos da realidade apenas nos engalfinhando por filmes, a la "Os sonhadores" e esquecemos do nosso tempo?
Em tempos de transgênicos e células-troncos, o questionamento veio à tona. Para pensar.
segunda-feira, março 07, 2005
E se o Chico fosse só um dono de quiosque no Leblon?
É perda de tempo questionar o fascínio que o Chico Buarque provoca nas mulheres. Até mesmo entre os homens. Já ouvi de muitos machos, que nenhuma aventura amorosa da mulher com o Chico pode ser considerada chifre. Me sentiria mais honrado em ser desbancado por um Rodrigo Santoro ou um Marcelo Antony... Por vezes é difícil compreender o objeto de desejo erótico das mulheres, mas não tem como não ter uma pitada de inveja do Velho Chico...
O Tutty Vasques escreveu um texto ótimo sobre o assunto: O Orgulho de ser corno
É perda de tempo questionar o fascínio que o Chico Buarque provoca nas mulheres. Até mesmo entre os homens. Já ouvi de muitos machos, que nenhuma aventura amorosa da mulher com o Chico pode ser considerada chifre. Me sentiria mais honrado em ser desbancado por um Rodrigo Santoro ou um Marcelo Antony... Por vezes é difícil compreender o objeto de desejo erótico das mulheres, mas não tem como não ter uma pitada de inveja do Velho Chico...
O Tutty Vasques escreveu um texto ótimo sobre o assunto: O Orgulho de ser corno
quinta-feira, março 03, 2005
Tem dias que é inevitável cantarolar coisas piegas....
Encontros e desencontros...
Minha Vida
Composição: John Lennon E Paul Mc Cartney
Rita Lee
MINHA VIDA (IN MY LIFE)
(Original: John Lennon & Paul Mc Cartney)
Tem LUGARES que me lembram
minha vida,
por onde andei
as histórias, os caminhoso destino que eu mudei
cenas do meu filme em branco e preto
que o vento levou e o tempo traz
entre todos os amores e amigos
de você me LEMBRO mais
Tem pessoas que a gente não esquece nem se esquecer
o PRIMEIRO NAMORADO
uma estrela da TV
personagens do meu livro de memórias
que um dia rasguei do meu cartaz
entre todas as novelas e romances
de você me lembro mais
Desenhos que a VIDA vai fazendo
Desbotam alguns, uns ficam iguais
Entre corações que tenho tatuados
De você me lembro mais
De você, não esqueço jamais !
Encontros e desencontros...
Minha Vida
Composição: John Lennon E Paul Mc Cartney
Rita Lee
MINHA VIDA (IN MY LIFE)
(Original: John Lennon & Paul Mc Cartney)
Tem LUGARES que me lembram
minha vida,
por onde andei
as histórias, os caminhoso destino que eu mudei
cenas do meu filme em branco e preto
que o vento levou e o tempo traz
entre todos os amores e amigos
de você me LEMBRO mais
Tem pessoas que a gente não esquece nem se esquecer
o PRIMEIRO NAMORADO
uma estrela da TV
personagens do meu livro de memórias
que um dia rasguei do meu cartaz
entre todas as novelas e romances
de você me lembro mais
Desenhos que a VIDA vai fazendo
Desbotam alguns, uns ficam iguais
Entre corações que tenho tatuados
De você me lembro mais
De você, não esqueço jamais !
quarta-feira, março 02, 2005
Top Five
Na minha modestérrima opinião, os 5 melhores filmes de 2004 são:
1) Kill Bill volume 2
2) Brilho eterno de uma mente sem lembranças
3) Closer
4) Os Sonhadores
5) Menina de Ouro
De todos esses, apenas o último foi ao Oscar. Por que nenhum dos outros é oscarizável e nem "Menina de Ouro" deveria ser. A academia não gosta de polêmicas. Por isso é um puta avanço ver dois filmes sobre eutanásia ganharem a estatueta no mesmo dia. Melhor do que isso, só se "Vera Drake" (sobre aborto) e "Kinsey" (sexualidade humana) tivessem sido premiados.
Direito à decidir sobre a própria vida ou morte, direito sobre o próprio corpo e direito sobre o próprio sexo deveriam ser direitos inalienáveis do ser humano. Mas não são. Quem sabe esses dois Oscar até indiquem 1% de avanço na nossa mentalidade tacanha.
Na minha modestérrima opinião, os 5 melhores filmes de 2004 são:
1) Kill Bill volume 2
2) Brilho eterno de uma mente sem lembranças
3) Closer
4) Os Sonhadores
5) Menina de Ouro
De todos esses, apenas o último foi ao Oscar. Por que nenhum dos outros é oscarizável e nem "Menina de Ouro" deveria ser. A academia não gosta de polêmicas. Por isso é um puta avanço ver dois filmes sobre eutanásia ganharem a estatueta no mesmo dia. Melhor do que isso, só se "Vera Drake" (sobre aborto) e "Kinsey" (sexualidade humana) tivessem sido premiados.
Direito à decidir sobre a própria vida ou morte, direito sobre o próprio corpo e direito sobre o próprio sexo deveriam ser direitos inalienáveis do ser humano. Mas não são. Quem sabe esses dois Oscar até indiquem 1% de avanço na nossa mentalidade tacanha.
Publique o texto abaixo na edição de sexta, antes do Oscar.
Concordo que "Sobre Meninos e Lobos" era melhor que "Menina de Ouro", mas no ano do "Senho dos Anéis" sem chances....
Contudo, não vejo o filme de Eastwood como maniqueísta. É apenas uma história bem contada de um diretor que conesegue manter seus focos....
Surpreendi-me, acima de tudo, com os não Oscars a Scorsese. Creio que ele seja hoje um dos melhores diretores americanos e tenho com sua obra a mesma relação que com a de Walter Salles: até quando o filme é ruim, ele é bom, entendem ?
O fim de meu texto também, após os resultados de domingo, são um tanto quanto questionáveis...rs
O homem ou o mito?
25 de fevereiro de 2005 - Não constitui nenhuma novidade que Hollywood sempre transformou seus astros em verdadeiros mitos vivos, pairando nas telas do cinema. Boa parte dos estrondosos sucessos produzidos nas bilheterias ao redor do mundo pelos filmes americanos, desde que a Sétima Arte nos Estados Unidos se solidificou como uma indústria, a partir da década de 20, apoiou-se no star system, ou, maneira pela qual os grandes estúdios mantinham como staff fixo atores e atrizes de grande apelo ao público.
Mito, uma palavra recorrente tanto para encantar multidões quanto para construir personagens que eram muito mais que seres humanos, eram verdadeiros super-heróis prontos a seduzir por sua perfeição, beleza, coragem e tantos outros atributos positivos que marcaram a maciça maioria dos ídolos americanos. Ocorre que, na contramão da práxis hollywoodiana, este ano os longas indicados ao Oscar, independentemente da categoria, justamente buscam evidenciar o caráter mais humano das personagens, desmitificando-os. A única exceção fica por conta do Howard Hughes vivido por Leonardo DiCaprio em "O Aviador", de Martin Scorsese, filme que parece fadado a levar o maior número de estatuetas da noite do próximo domingo no Kodak Theatre. Com transmissão ao vivo pela Rede Globo e pelo canal pago TNT - que leva à Los Angeles Rubens Ewald Filho, maior especialista brasileiro no assunto -, o 77 Oscar, ao contrário do que ocorreu no ano passado, em que privilegiou filmes que traduziam fielmente a maneira industrial americana de se produzir cinema e ratificar o star system, trouxe uma seleção de obras com certo gosto de "produção independente", ao menos ao que se refere à caracterização de seus personagens principais. É assim que, por exemplo, indicados à categoria de "Melhor Filme", apresentam um retrato bem pouco glamourizado e muito mais humano, pois carregados das contradições e paradoxos da vida, de seus personagens, a começar por "Ray", de Taylor Hackford, que traz Jamie Fox na pele de um Ray Charles envolvido com drogas pesadas, pai distante e egocêntrico por essência, numa performance muito distante do pianista simpático, exibido pela mídia ao longo de mais de 60 anos de carreira do cantor.
O mesmo ocorre com a dupla Miles e Jack, de "Sideways", de Alexander Payne, legítimos anti-heróis, que saem para uma despedida de solteiro pelo Vale do Vinho, na Califórnia, questionando todos os valores morais estabelecidos, inclusive o "amor eterno", tema de um sem-número de filmes hollywoodianos. O melhor exemplo, contudo, dentro dos indicados à categoria principal, é "Em Busca da Terra do Nunca", de Marc Foster, que conta a melancólica história de Sir James Matthew Barrie, criador do clássico da literatura infantil "Peter Pan". O filme narra de maneira sensível, com ótima atuação de Johnny Depp no papel principal, a malvista relação do escritor, um homem casado, com a senhora Sylvia Davies, viúva e mãe de quatro filhos, que inspiraram a criação do personagem morador da "Terra do Nunca". Se "Peter Pan" é sonho alegria e fantasia, Barrie tem do personagem apenas a eterna vontade de não crescer e ter de se adaptar a uma sociedade adulta, hostil a quaisquer manifestações mais marcadas pela emoção do que pela razão. Não menos significativas são as personagens apresentadas em "Mar Adentro", de Alejandro Amenábar, espanhol que desbancou a indicação de "Má Educação", de Almodóvar, ao Oscar de "Filme Estrangeiro", e "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, concorrente nas categorias "Roteiro Adaptado" e "Canção Original". A vontade de morrer do tetraplégico Rámon Sampedro, interpretado por Javier Bardem, em "Mar Adentro", é tratada de uma maneira extremamente delicada e sem melodramas, algo raro num filme sobre eutanásia.
Tema e tratamento, aliás, que se repetem com a mesma maestria no ótimo "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, o maior merecedor do Oscar de "Melhor Filme" do ano. Indicado pelo excepcional "Sobre Meninos e Lobos", em 2004, o ator e cineasta volta à carga, num filme que traduz toda a competência e olhar sensível de quem há mais de cinco décadas se dedicada ao cinema. A história singela da boxeadora Maggie e de seu treinador Frankie, passa muito longe de qualquer referência sobre filmes do gênero produzidos na América, discutindo com olhar acertado e surpreendente - bem ao gosto de Eastwood, que tem se tornado mestre em praticar reveses em seus longas, altamente enriquecedores para o enredo - o que é viver e morrer sem nunca perder a dignidade.
Já o filme de Salles tem o dom de retirar toda a áurea de guerrilheiro eternizada na figura do revolucionário argentino Che Guevara, expondo toda a "perplexa ternura" da personagem em relação aos habitantes e problemas sociais da América Latina. Contudo, a grande eloqüência com que Scorsese conta a história de "O Aviador" deverá levar o diretor a ser o grande vencedor da cerimônia. Embora, o cineasta "esqueça" todos os detalhes polêmicos da vida do milionário Hughes, sua história é cinema hollywoodiano puro, com todos os elementos que tanto agradam a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Afinal, desmiticar sim, mas só até um certo limite. Hollywood ainda é essencialmente sonho. (Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 5) (M.R)
Concordo que "Sobre Meninos e Lobos" era melhor que "Menina de Ouro", mas no ano do "Senho dos Anéis" sem chances....
Contudo, não vejo o filme de Eastwood como maniqueísta. É apenas uma história bem contada de um diretor que conesegue manter seus focos....
Surpreendi-me, acima de tudo, com os não Oscars a Scorsese. Creio que ele seja hoje um dos melhores diretores americanos e tenho com sua obra a mesma relação que com a de Walter Salles: até quando o filme é ruim, ele é bom, entendem ?
O fim de meu texto também, após os resultados de domingo, são um tanto quanto questionáveis...rs
O homem ou o mito?
25 de fevereiro de 2005 - Não constitui nenhuma novidade que Hollywood sempre transformou seus astros em verdadeiros mitos vivos, pairando nas telas do cinema. Boa parte dos estrondosos sucessos produzidos nas bilheterias ao redor do mundo pelos filmes americanos, desde que a Sétima Arte nos Estados Unidos se solidificou como uma indústria, a partir da década de 20, apoiou-se no star system, ou, maneira pela qual os grandes estúdios mantinham como staff fixo atores e atrizes de grande apelo ao público.
Mito, uma palavra recorrente tanto para encantar multidões quanto para construir personagens que eram muito mais que seres humanos, eram verdadeiros super-heróis prontos a seduzir por sua perfeição, beleza, coragem e tantos outros atributos positivos que marcaram a maciça maioria dos ídolos americanos. Ocorre que, na contramão da práxis hollywoodiana, este ano os longas indicados ao Oscar, independentemente da categoria, justamente buscam evidenciar o caráter mais humano das personagens, desmitificando-os. A única exceção fica por conta do Howard Hughes vivido por Leonardo DiCaprio em "O Aviador", de Martin Scorsese, filme que parece fadado a levar o maior número de estatuetas da noite do próximo domingo no Kodak Theatre. Com transmissão ao vivo pela Rede Globo e pelo canal pago TNT - que leva à Los Angeles Rubens Ewald Filho, maior especialista brasileiro no assunto -, o 77 Oscar, ao contrário do que ocorreu no ano passado, em que privilegiou filmes que traduziam fielmente a maneira industrial americana de se produzir cinema e ratificar o star system, trouxe uma seleção de obras com certo gosto de "produção independente", ao menos ao que se refere à caracterização de seus personagens principais. É assim que, por exemplo, indicados à categoria de "Melhor Filme", apresentam um retrato bem pouco glamourizado e muito mais humano, pois carregados das contradições e paradoxos da vida, de seus personagens, a começar por "Ray", de Taylor Hackford, que traz Jamie Fox na pele de um Ray Charles envolvido com drogas pesadas, pai distante e egocêntrico por essência, numa performance muito distante do pianista simpático, exibido pela mídia ao longo de mais de 60 anos de carreira do cantor.
O mesmo ocorre com a dupla Miles e Jack, de "Sideways", de Alexander Payne, legítimos anti-heróis, que saem para uma despedida de solteiro pelo Vale do Vinho, na Califórnia, questionando todos os valores morais estabelecidos, inclusive o "amor eterno", tema de um sem-número de filmes hollywoodianos. O melhor exemplo, contudo, dentro dos indicados à categoria principal, é "Em Busca da Terra do Nunca", de Marc Foster, que conta a melancólica história de Sir James Matthew Barrie, criador do clássico da literatura infantil "Peter Pan". O filme narra de maneira sensível, com ótima atuação de Johnny Depp no papel principal, a malvista relação do escritor, um homem casado, com a senhora Sylvia Davies, viúva e mãe de quatro filhos, que inspiraram a criação do personagem morador da "Terra do Nunca". Se "Peter Pan" é sonho alegria e fantasia, Barrie tem do personagem apenas a eterna vontade de não crescer e ter de se adaptar a uma sociedade adulta, hostil a quaisquer manifestações mais marcadas pela emoção do que pela razão. Não menos significativas são as personagens apresentadas em "Mar Adentro", de Alejandro Amenábar, espanhol que desbancou a indicação de "Má Educação", de Almodóvar, ao Oscar de "Filme Estrangeiro", e "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, concorrente nas categorias "Roteiro Adaptado" e "Canção Original". A vontade de morrer do tetraplégico Rámon Sampedro, interpretado por Javier Bardem, em "Mar Adentro", é tratada de uma maneira extremamente delicada e sem melodramas, algo raro num filme sobre eutanásia.
Tema e tratamento, aliás, que se repetem com a mesma maestria no ótimo "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, o maior merecedor do Oscar de "Melhor Filme" do ano. Indicado pelo excepcional "Sobre Meninos e Lobos", em 2004, o ator e cineasta volta à carga, num filme que traduz toda a competência e olhar sensível de quem há mais de cinco décadas se dedicada ao cinema. A história singela da boxeadora Maggie e de seu treinador Frankie, passa muito longe de qualquer referência sobre filmes do gênero produzidos na América, discutindo com olhar acertado e surpreendente - bem ao gosto de Eastwood, que tem se tornado mestre em praticar reveses em seus longas, altamente enriquecedores para o enredo - o que é viver e morrer sem nunca perder a dignidade.
Já o filme de Salles tem o dom de retirar toda a áurea de guerrilheiro eternizada na figura do revolucionário argentino Che Guevara, expondo toda a "perplexa ternura" da personagem em relação aos habitantes e problemas sociais da América Latina. Contudo, a grande eloqüência com que Scorsese conta a história de "O Aviador" deverá levar o diretor a ser o grande vencedor da cerimônia. Embora, o cineasta "esqueça" todos os detalhes polêmicos da vida do milionário Hughes, sua história é cinema hollywoodiano puro, com todos os elementos que tanto agradam a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Afinal, desmiticar sim, mas só até um certo limite. Hollywood ainda é essencialmente sonho. (Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 5) (M.R)
terça-feira, março 01, 2005
Resultados do Oscar
Um bando de cinéfilos e não vão comentar os ganhadores do Oscar desse ano, que decepção pessoal.
Eu não vi O Aviador e Ray, mas Menina de Ouro me pareceu meio fraco. Tinha gostado do filme, mas ele não resistiu a uma segunda revisão crítica. Construção muito naniqueísta, faz a gente se identificar com a personagem para depois matá-la, as adversárias eram todas muito caricatas, principalmente a lutadora da Alemanha Oriental, uma ex-prostituta. Sem falar que as Alemanhas se uniram desde 1989, se não me engano. O filme não explicou essa passagem direito.
Continuo torcendo para que os filmes que eu gosto não ganhem o Oscar.
Depois de uma semana de maratona dos filmes do Oscar, aluguei Hell Boy e fiz minha higiene mental.
Um bando de cinéfilos e não vão comentar os ganhadores do Oscar desse ano, que decepção pessoal.
Eu não vi O Aviador e Ray, mas Menina de Ouro me pareceu meio fraco. Tinha gostado do filme, mas ele não resistiu a uma segunda revisão crítica. Construção muito naniqueísta, faz a gente se identificar com a personagem para depois matá-la, as adversárias eram todas muito caricatas, principalmente a lutadora da Alemanha Oriental, uma ex-prostituta. Sem falar que as Alemanhas se uniram desde 1989, se não me engano. O filme não explicou essa passagem direito.
Continuo torcendo para que os filmes que eu gosto não ganhem o Oscar.
Depois de uma semana de maratona dos filmes do Oscar, aluguei Hell Boy e fiz minha higiene mental.