terça-feira, fevereiro 22, 2005

A PERGUNTA QUE FICA:

Se Ronaldinho fosse somente um jogador de futebol daqueles médios, que jogam em bons clubes no Brasil mas ganhasse salário de "apenas" 2 ou 3 dezenas de milhares de reais mensais, e pudesse gastar, por exemplo, "apenas" R$ 23 mil num festa no Castelo da "Ilha Fiscal" no Rio, será que a Dani - apelido carinhoso que a imprensa com cérebro cheio de chantily deu a noiva - teria se casado com o galático ?
Há um certo tempo, meninos pobres - e geralmente negros - tem conseguido ascensão social, vencendo a miséria em que nasceram, por meio do futebol. Tornou-se praxe mulheres brancas encontrarem seus "príncipes encantados" entre esses rapazes, que apesar de, na maioria dos casos, não terem sequer o primeiro grau completo, tornara-se do dia para a noite "homens ideais". (Alguém lembrou o nome do subúrbio em que Ronaldo nasceu nas reportagens sbre o enlace?)
Sinceramente, não sei o que é pior: esse casamento, que não existiu, já que não havia nenhuma autoridade religiosa ou jurídica no local, ou a cobertura que a imprensa deu ao assunto gastando páginas e páginas com uma festa para a qual literalmente NÃO foi convidada.
A única pauta séria e justificável possível seria investigar o "amor fenomenal" que brota das "cicarellis" pelos ronaldinhos feios e negros quando eles enriquecem. Essa sim daria uma boa matéria recheada de declarações bombásticas e hipócritas que rebatidas com teorias sérias poderia ajudar a dar uma dimensão exata do racismo velado predominante na nação, atenuado ou relevado a partir do momento em que um "zé ninguém" do morro ganha milhões de dólares ou euros.
Enquanto jornalista congelavam atrás de informações açucaradas ao redor do Castelo de Chantily, no Brasil um severino tomava de assalto a Câmara....e ninguém foi capaz no séquito de nossos jornalistas especializados em política em prever isto...

Há dias em que tenho vontade de comer meu diploma....com a iguaria inventada pela Corte de Versailles é claro para ajudar na digestão. Será que Daniela, a seu tempo, participará das feijodas promovidas pelos Nazário além dos limites da Avenida Brasil, no Rio ?

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Sideways - foi o outro filme que assistimos dessa vez no cinema. Gostei mais do que imaginava. O filme é simples, totalmente autoral e cheio de sutilezas deliciosas. Só achei a trilha sonora meio chatinha. De resto uma agradável surpresa. Os dois atores Paul Giamatti e Thomas Haden Church estão ótimos o looser poético e o sexopata extrovertido. Situações inteligentes e possíveis. Certo, eles carregam um pouco no tema “vinhos” e isso tb. serviu para me agradar mas já encontramos temas bem mais chatos e desinteressantes no cinema. Mais um filme assim.... a vida da gente. Triste e engraçado. Em tempo, só para comentar o que todos estão comentando, a seqüência em que Milles e Maya conversam sobre o vinhos numa metáfora da vida de cada um é lírica.

PS. Help, Edson!!! O que foi que a Virginia Madsen fez antes??? A cara dela não é estranha.
Oscar 2005

Primeiro de tudo: vamos assistir juntos a entrega do Oscar novamente? Eu adoraria... mas nem sei que dia é. Enquanto isso como nem só de folia se vive.... (afinal o pique já não é o mesmo) conseguimos ver 2 dos filmes que estão entre as indicações da academia.

Colateral – esse filme me chateou um pouco e faço questão de explicar pq é um ótimo exemplo do que me desagrada no cinema holywoodiano. Primeiro essa palhaçada de dizer que o personagem pricipal é o Vincent ( o matador) , quando o filme é todo do Max (taxista), se num filme pode haver um ator e uma atriz principal, pq não pode haver dois atores principais? Já que Mr. Tom Cruise não pode ser coadjuvante, só me lembro de uma indicação de duas atrizes do mesmo filme, foi em Thelma e Loise. O mesmo sistema acadêmico colocou Nicole Kidman como atriz principal e Julianne Moore como coadjuvante em As Horas. Bem, mas vamos ao filme, ótimo e muito bem dirigido, pouco formal, fotografia impecável, atores idem e para arrematar um diretor competente, criativo e chato pra burro - como mostram os extras do DVD duplo (sem necessidade). Tudo vai maravilhosamente bem.... o roteiro inclusive... até.... a cagadinha final.... (é isso que eles fazem que me deixa possessa!) O filme tenso e complexo acaba numa correria final no pior estilo Terminator! O bandido morre e mocinho fica com a mocinha... E logo quando se desenhava um final trágico e brutal, já que a história seguia um rumo sem volta. As últimas duas seqüências destoam do clima imprevisível e catastrófico do início do filme. Mais uma vez perdeu-se um bom argumento. Ih...desculpas a quem não assistiu o filme...

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

A primeira vez

Acho maravilhosa a possibilidade de uma “primeira vez” espero que ainda e possa vivenciar várias outras. Essa última foi a estréia no Sambódromo. Bom a beça esse negócio de desfilar. Estou começando a entender porque carnaval vicia tanta gente. A parte todas a discussões sobre método, forma e domínio da mídia; carnaval ainda é uma manifestação muito especial e peculiar. É um frisson louco, chegar na concentração ficar bebendo escondido dos fiscais, encontrar os amigos, aquecer o gogó. Desfilar pela passarela é eletrizante! Adorei, ficou um gostinho de quero mais e a vontade de estrangular a jurada que deu uma nota 7,6 para minha escola o que nos impediu de desfrutar o desfile das campeãs, que todos dizem ser o melhor já que não vale ponto.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

"MEU ANEL DE BAMBA ENTREGO A QUEM MEREÇA USAR..."

Demorei muito tempo para entender uma coisa óbvia: como o TEMPO passa depressa.
Descobri, ontem, quase ipsis literis, o que significa a expressão: "Te conheço de velhos Carnavais". (Eu também conto o tempo pelos carnavais que passam, contudo, nunca tinha me dado conta disto).

E vocês queridos ? Estão bem ? Preciso dos celulares de todos novamente !!!! Estou sem nenhum número desde que fui assaltado pela enésima vez !

Ly, como foi desfilar ?

Beijos !


MR, rasgando a fantasia (e a preguiça).
"...PORTELA, EU NUNCA VI COISA MAIS BELA..."

Antes de tudo quero que fique claro: Não sou portelense, como aliás não torço exatamente por nenhuma escola no Rio... tenho minhas predileções, apenas isto.
Mas não posso deixar de comentar o incidente do desfile da Portela na última segunda para terça.
Num ano em que a escola mais antiga do Rio desfila as metas da ONU para um milênio melhor para a humanidade, o presidente da escola pede para fechar os portões para a Velha Guarda para não perder pontos no desfile.
Há muitos anos o Carnaval foi regrado pela TV. Deixou de ser a festa de Baco para se transformar numa marcha apolínea. E ainda assim, a criatividade do povo persiste.
Claro que o dinheiro de nossa emissora líder e as transmissões são necessárias para que as escolas se montem e desfilem, mas isto não pode ser tudo ! Carnaval é antes e acima de tudo feito pelo povo !!!! Só quem conhece um carioca nascido no subúrbio pode entender a importância que tem este dia no calendário para eles.
Num momento em que discutimos o tombamento de patrimônios imateriais, um portão fechado para barrar a Velha Guarda da escola mais antiga do Rio é no mínimo um desrespeito. Que são os pontos perto da importância que tem para o samba e para os desfiles Dona Noca, Dona Sirica e tantas outras figuras emblemáticas que fizeram a águia voar e sambar com dignidade até aqui ?
Em algum momento será que alguém lembrou que se hoje há desfile no Rio, Marquês de Sapucaí, transmissão pela TV e muita publicidade é porque essa gente pobre guardou dinheiro o ano todo e num ido perdido da década de 20 começou a costurar estes 4 dias de sonho ?
Creio que acima de tudo Carnaval seja liberdade, transgressão e momento de alguma dignidade para um povo sempre tão relegeado ao segundo plano.... incidentes como o da Portela são muito tristes, porém, podem levar ao questionamento do sistema criado.
A dignidade da Velha Guarda atravessando a Sapucaí primero com o silêncio do público e depois coms seus aplausos são sintomáticas. A postura dos integrantes das outras escolas execrando o portão fechado para os portelenses mais antigos também. Que a Liga (e a Globo) repensem tudo isto para 2006... a perplexiadde mal escondida de apresentadores e jornalistas durante o incidente deixou claro que o staff sabe exatamente onde foi a falha....


segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Carnaval...

Eta, que a preguiça desse povo continua.... niguém se manifesta nem para fazer comentário. Bem vamos deixar essa ladainha prá lá que ela não dá resultado mesmo.

E o carnaval .. está a todo vapor na Cidade Maravilhosa. Depois de sair em dois blocos resolvi ser solidária e aceitei o convite do Darlan para vir acompanhar os desfiles de hj aqui na redação com ele. Cá estou bancando a jornalista...he...he...he...

Amanhã faço meu debut na Sapucaí, fiquem de olho na primeira escola a sair a Porto da Pedra numa ala de fantasia rosa shoking!!!

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Nostalgia e Saudades

Ontem estivemos no Circo Voador. Depois dessa onda de nostalgia dos anos 80, que eu não sei de onde desenterraram com tanta euforia, foi uma experiência um tanto inusitada. Lá estava eu no epicentro do movimento pop rock nacional sentindo uma remota lembrança. Uma lembrança de repertório não de vivência. Lembrança de ouvir falar, não de participar. Ao que tudo indica dessa vez a prefeitura acertou em “devolver o circo à cidade” o espaço é mais ou menos o mesmo (menor do que eu imaginava) e a nova estrutura é moderna e bem arranjada. O ambiente é pura juventude. Esse povo descolado, animado e colorido. Em plena segunda–feira animação total. O mini show do Manu Chao foi bom a beça, vibrante. Senti saudades... saudades de uma época mais despreocupada, em que as maiores vontades eram beber, beijar na boca, paquerar e curtir um som...saudades do movimento que me tocou apenas de leve. Veio tb. uma saudade dolorida de uma pessoa muito amada que combinaria com aquele ambiente, que circularia com total desenvoltura entre meninas de saias molengas e havaianas, piercings e tatoos, camisetas e batinhas, baseados e cerveja. Um menino grande que não chegou a virar homem. Ele ficaria perfeito ali. Mais tarde percebi que crescer e ficar mais “experiente” é a seguir na vida acumulando saudades cada vez maiores.
Closer

Descobri porque a Helena gostou do Closer. O filme não tem árvores que falam, mas em compensação mostra que o amor só existe enquanto fantasia. Provocações à parte, também gostei bastante do filme. Sobretudo da cena do hotel, onde passados menos de 5 minutos o amor redescoberto simplesmente perde seu encanto. Só considero um pouco limitada a idéia de que o encanto simplesmente acaba diante da revelação da traição ou da confissão de culpa ou de outro segredo íntimo. Afinal, penso que o amor está acima dos desejos da carne e do sexo e da idéia de fidelidade.

Não gosto de comparar, mas também gosto mais da visão de amor do Closer do que do Antes do Pôr-do-sol. Também considero o Closer bem superior em termos de roteiro e direção de atores, mas é claro que há controversa neste clube. Né, Lyara?

Onde foi parar o seu post anterior, Helena? Aliás, onde foram parar os picadinhos? Alguém vira para o Rio para o Carna?