Se Ronaldinho fosse somente um jogador de futebol daqueles médios, que jogam em bons clubes no Brasil mas ganhasse salário de "apenas" 2 ou 3 dezenas de milhares de reais mensais, e pudesse gastar, por exemplo, "apenas" R$ 23 mil num festa no Castelo da "Ilha Fiscal" no Rio, será que a Dani - apelido carinhoso que a imprensa com cérebro cheio de chantily deu a noiva - teria se casado com o galático ?
Há um certo tempo, meninos pobres - e geralmente negros - tem conseguido ascensão social, vencendo a miséria em que nasceram, por meio do futebol. Tornou-se praxe mulheres brancas encontrarem seus "príncipes encantados" entre esses rapazes, que apesar de, na maioria dos casos, não terem sequer o primeiro grau completo, tornara-se do dia para a noite "homens ideais". (Alguém lembrou o nome do subúrbio em que Ronaldo nasceu nas reportagens sbre o enlace?)
Sinceramente, não sei o que é pior: esse casamento, que não existiu, já que não havia nenhuma autoridade religiosa ou jurídica no local, ou a cobertura que a imprensa deu ao assunto gastando páginas e páginas com uma festa para a qual literalmente NÃO foi convidada.
A única pauta séria e justificável possível seria investigar o "amor fenomenal" que brota das "cicarellis" pelos ronaldinhos feios e negros quando eles enriquecem. Essa sim daria uma boa matéria recheada de declarações bombásticas e hipócritas que rebatidas com teorias sérias poderia ajudar a dar uma dimensão exata do racismo velado predominante na nação, atenuado ou relevado a partir do momento em que um "zé ninguém" do morro ganha milhões de dólares ou euros.
Enquanto jornalista congelavam atrás de informações açucaradas ao redor do Castelo de Chantily, no Brasil um severino tomava de assalto a Câmara....e ninguém foi capaz no séquito de nossos jornalistas especializados em política em prever isto...
Há dias em que tenho vontade de comer meu diploma....com a iguaria inventada pela Corte de Versailles é claro para ajudar na digestão. Será que Daniela, a seu tempo, participará das feijodas promovidas pelos Nazário além dos limites da Avenida Brasil, no Rio ?