MENSAGEM AOS ALUNOS E PROFESSORES DO CURSO DE JORNALISMO
SOBRE O FIM DA OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA PARA EXECER O JORNALISMOSão Paulo, 18 de junho de 2009
Prezados Colegas,
No começo da noite de ontem, dia 17 de junho, o STF julgou um recurso que, em linhas gerais, pedia o fim da obrigatoriedade da exigência de DIPLOMA DE JORNALISTA, para exercer o jornalismo. A definição foi por 8 votos a favor contra 1 (pela manutenção da formação específica). Nos links abaixo, os senhores poderão ler um pouco mais sobre o assunto.
Nessa mensagem, gostaria somente de pontuar os desafios e as oportunidades que o fim do diploma obrigatório traz para os cursos, profissionais formados e futuros profissionais com formação em formação em jornalismo.
Nos desafios, é inegável que a notícia gera uma grande perplexidade àqueles que já possuem ou estão batalhando para ter um diploma em jornalismo. A definição do STF significa que as seleções de vagas, daqui para frente, podem contar com a participação de outros profissionais que não sejam formados especificamente em jornalismo.
Os profissionais que estão já inseridos nesse mundo (e os futuros profissionais que se dedicam para entendê-lo, preparando-se para atuar nele) sabem que ser Jornalista é mais que somente “escrever bem”, “ter senso de justiça”, “ser curioso” ou qualquer outros chavões que tanto são repetidos por aí.
Quem já está na área ou está estudando para entrar no mundo das empresas de comunicação está ciente da complexidade que a Sociedade da Informação, com as Novas Tecnologias e a redução das fronteiras, traz: um bom jornalista hoje precisar ter mais que um bom texto, ou uma bela voz ou aparecer bem no vídeo.
O jornalista que a sociedade demanda (e o mercado procura) precisa ter ferramentas para entender o mundo atual, ser criativo, ser pró-ativo, buscar a inovação sempre e, por fim, ter um pensamento empreendedor e sustentável – seja trabalhando como CLT ou como autônomo. E acredito que esse deve ser o norte dos cursos de jornalismo, radicalizando um caminho que já vinha sendo iniciado, ao menos no curso da Unisa.
As empresas de comunicação continuarão buscando esse profissional-jornalista. Como professor e jornalista formado, acredito que as oportunidades surgirão para os “formados” justamente nessas frente: entendendo melhor o fenômeno social da comunicação feita no jornalismo, por sermos formados em tal ciência, podemos nos colocar como protagonistas e empreender um novo mercado para a profissão.
Vejam um pequeno trecho publicado no Estado de S.Paulo, sobre a decisão do STF (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,por-8-a-1-stf-derruba-exigencia-de-diploma-para-jornalistas,388942,0.htm):
Apesar de ter votado contra a exigência do diploma, o presidente do STF reconheceu que é inegável que frequentar um curso superior com disciplinas técnicas sobre redação e edição, ética e teoria da comunicação pode dar ao profissional uma formação sólida para o exercício cotidiano do jornalismo. "E essa é uma razão importante para afastar qualquer suposição no sentido de que os cursos de graduação em jornalismo serão desnecessários após a declaração de não-recepção do art. 4º, inciso V, do decreto-lei nº 972/1969 (que estabelecia a obrigatoriedade do diploma)", afirmou. Nas escolas de jornalismo, a meta mais que nunca deve ser repensar esse curso (no caso da Unisa, vamos reafirmar o projeto pedagógico, que já busca uma formação sólida humanística e comunicacionalmente), para que o estudante que receberá esse diploma tenha um diferencial competitivo, por ter uma formação específica em Jornalismo, mas como um olhar de Comunicador Social pleno.
Ainda no caso da Unisa, vamos criar uma comissão de professores da área para definir um planos de ação, tanto para dar atendimento aos alunos, que inegavelmente vão se sentir inseguros com essa notícia, quanto buscar estratégias para fazer dessa deliberação um grande oportunidade para os futuros profissionais em formação.
Precisamos inserir a formação em jornalismo na Comunicação Social, de fato, abrindo os horizontes para os formados. O jornalista, mais que nunca além de “escrever bem”, “ter senso de justiça”, “ser curioso”, etc., precisará ser empreendedor, ter uma visão ampla do que o seu diploma pode oferecer numa sociedade em que o maior valor é a boa informação.
As oportunidades são muitas. A hora é de mostrar que o arcabouço teórico-prático (que tem no diploma um símbolo desse conhecimento), adquirido ao passar anos estudando Jornalismo, fará a diferença e gerará as melhores oportunidades para os que estiverem com a melhor formação. Quiçá sejam sempre os que se formaram ou se especializaram nas ciências jornalísticas.
Atenciosamente,
Anderson Gurgel
Coordenador do Curso de Jornalismo e RTV da Unisa
Saiba mais:
No Uol
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/06/17/ult5772u4370.jhtm
No G1
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1198310-5598,00-STF+DERRUBA+EXIGENCIA+DE+DIPLOMA+PARA+EXERCICIO+DA+PROFISSAO+DE+JORNALISTA.html
No Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3830623-EI306,00-STF+aprova+fim+da+exigencia+do+diploma+de+jornalista.html