sexta-feira, agosto 15, 2008

Prezados amigos,

Envio o link do podcast que foi gravado comigo e está disponibilizado a partir de hoje no site da Rio Bravo. É uma entrevista que fizeram comigo nesta semana para comentar economia, esporte e olimpíadas. O link pode ser acessado pela nota que saiu na Folha de hoje. Acho que ficou bem interessante e com uma boa profundidade. Dá para acessar pelo link abaixo.

Fora isso, no fim do mês, dia 29/08, participarei do projeto Esporte na Cabeça, do prof. Gilson Schwartz, da Cidade do Conhecimento. Dá para saber mais informações sobre ele no link que também coloco abaixo. É um projeto bem legal e que vai entrevistar grandes pesquisadores da área esportiva.

Saudações esportivas a todos
Anderson

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Folha de S. Paulo Mercado Aberto 15 de agosto de 2008 04:35:32
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS
GOL
Anderson Gurgel, especialista em economia do esporte, fala no podcast Rio Bravo sobre oportunidades de negócios no esporte, marketing esportivo e retorno de investimentos. A entrevista entra hoje no site www.riobravo.com.br/podcast .

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Esporte na Cabeça
http://www.fl2.com.br/bradesco/
Histórias, tecnologias e modelos de negócio no mundo das olimpíadas

Dia 12, 20hs -Rafael Zanette - Marketing em Grandes Eventos Esportivos
Rafael Zanette é administrador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2004 e pós-graduado em Gestão e Marketing no Esporte pelo Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG) em 2006. Estudioso do marketing esportivo desde 2003, com artigos publicados na área. No ano de 2006 foi convidado a ser o Diretor de Marketing do Instituto Brasileiro de Marketing Esportivo (IBME), cargo que ocupa até hoje. Em 2007, foi gerente de marketing do Brusque Futebol Clube e atualmente trabalha no Departamento de Marketing da Informídia Pesquisa Esportivas em São Paulo. É Diretor de Marketing do IBME - Instituto Brasileiro de Marketing Esportivo.

Dia 15, 20hs - Vitor Melo - Olimpíadas no Tempo e no Espaço
Coordenador do Laboratório de História do Esporte e do Lazer da Universidade Federal do Rio de Janeiro - www.sport.ifcs.ufrj.br

Dia 19, 20hs - Georgios Stylianos Hatzidakis - Curiosidades Olímpicas
Mestre em Educação Física com Especialização na FGV-SP em Administração Esportiva e Presidente do Instituto de Educação Desportiva da UNIBAN - Universidade Bandeirante de São Paulo, Consultor de Marketing e Gestão Esportiva e Proprietário da OLYMPIA SPORTS, empresa promotora de eventos esportivos, Presidente da ABRADE – Associação Brasileira do Desporto Educacional. Membro da Academia Olímpica Brasileira.

Dia 20, 19hs - Nelson Schneider Todt - Os Jogos na Antiguidade
Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física do Instituto Porto Alegre (1987), Pós-Graduado em Estudos Olímpicos pela International Olympic Academy - Grécia (2005), Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001) e Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005). Atualmente é Professor e Coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. É Presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin e membro da Academia Olímpica Brasileira. Desde 2007 desenvolve pesquisa pelo Olympic Studies Center (Comitê Olímpico Internacional - Suiça).

Dia 22 - 20 horas - Fabio Laudísio - Patrocinadores para Atletas Olímpicos
Sócio da Vis Sport & Entertainment desde 2002, integrou o Comitê Coreano da Copa do Mundo de 2002 e tem Mestrado Internacional FIFA em Administração, Direito e Ciências Sociais do Esporte, foi Diretor do IBDD - Instituto Brasileiro de Direito Desportivo.

Dia 29 - 16 horas - Anderson Gurgel Campos - Conhecimento e Mercado
na Globalização dos Esportes
Professor da graduação e pós-graduação da Unisa, Jornalista, formado pela Unesp, e com carreira na área economia, negócios e tecnologia, Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Autor do livro “Futebol S/A: A Economia em Campo” (Editora Saraiva, 2006).
Olá amigos,
o artigo abaixo foi publicado no Estadão no dia 07 de agosto.
Vai abaixo, espero que gostem.
Abraços a todos
anderson

Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2008 Versão Impressa

Economia e Olimpíadas

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080807/not_imp219144,0.php


Roberto Macedo

A cerimônia de abertura da Olimpíada de Pequim será amanhã, 8/8/08. Soube que tantos oitos se explicam pela crença chinesa que atribui muita sorte a esse número. Durante os jogos, entretanto, ocorrerá a preponderante distribuição de azares entre os atletas. E, para arrancar mais medalhas além das poucas esperadas, o Brasil precisará contar com seus azarões.Como economista, enxergo freqüentemente com as lentes da profissão, e esses jogos atraem esse interesse. Por trás das disputas esportivas há um enorme negócio. Não conheço economistas brasileiros especializados na área esportiva, mas sei de um jornalista, Anderson Gurgel, com mestrado e um pé na área acadêmica, que se destaca na análise econômica do esporte.Num de seus artigos (*), a partir de várias fontes mostrou que os recursos movimentados em torno do esporte nos EUA foram estimados em US$ 235 bilhões em 2005, e no mesmo ano alcançaram R$ 37 bilhões no Brasil, respondendo aqui por 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos em 2004. E mais: entre 1995 e 2005 se estima que o setor esportivo cresceu 7,42% acima da expansão do PIB brasileiro, ganhando assim maior espaço na economia.Para hospedar os jogos a China vem gastando um dinheirão, dentro de seu objetivo de colocar mais uma jóia na coroa com que pretende reinar em algum momento deste século como a maior potência econômica mundial. Vi estimativas de que os gastos chineses com a Olimpíada alcançarão cerca de US$ 40 bilhões, ou 1,25% do seu PIB de US$3,2 trilhões. Atenção, Brasil, pois já rola a candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016: supondo o mesmo custo, uma Olimpíada aqui levaria 4% do nosso PIB de US$ 1 trilhão. Isso é aproximadamente o que o País gasta anualmente em educação.E que não sejam tomados os Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados na mesma cidade, para dizer que dá para fazer. Aliás, constituem péssimo precedente e mau exemplo. Segundo o mesmo jornalista, esses jogos tinham uma previsão inicial de gastos de R$ 720 milhões, mas quando esse seu artigo foi concluído o orçamento já alcançava mais de R$ 3 bilhões e havia estimativas de que o custo total pode ter chegado perto de R$ 5 bilhões. Mas é ainda uma história mal contada, inclusive o capítulo sobre quem teria levado ouro sem ser atleta. Ainda recentemente, escutei pela Rádio CBN um debate entre personalidades cariocas esgrimindo cifras e argumentos sobre o assunto, inclusive o que fazer agora com as obras realizadas.Supondo o pior, ou seja, a última cifra, e a igualmente ruim taxa de câmbio atual, o custo teria chegado a US$ 3,2 bilhões, ou 8% do valor estimado para os jogos de Pequim, o que mostra que a escala das Olimpíadas é muitíssimo maior. Do ponto de vista econômico, hospedá-las é coisa para país muito grande, e que já tenha um Pibão, como a China, o que torna o ônus relativamente menor, ou para países com população rica e não muito pequenos. Mônaco não agüentaria uma. Também não vale dizer que em 2016 nosso PIB já seria bem maior, pois não tem condições de ganhar tanta musculatura até lá. Ademais, o Brasil precisaria começar a gastar bem antes do evento.Além da delegação brasileira, de 277 pessoas, que não sei se inclui a cartolagem, são notáveis a presença e o esforço dos jornalistas brasileiros, fazendo até mesmo várias reportagens sobre outros aspectos da China.Entretanto, faltam jornalistas mais voltados para os aspectos econômicos da Olimpíada e do país, pois isso ensejaria a oportunidade de trazer algumas lições importantes da China nas páginas esportivas dos nossos jornais, e na televisão para um público ainda mais amplo.Em particular, para entender por que a economia brasileira tem um ritmo mais parecido com o da marcha olímpica, aquela em que os atletas caminham longa e aceleradamente, mas sem correr, do que resultam um passo desengonçado e contínuos requebros.Já o ritmo da China segue mais o da maratona, que valoriza a velocidade num percurso também longo, e é também lembrado pelas corridas em que obstáculos são superados e, ainda, pelos saltos. Esse é o ritmo que marca o país no seu caminho para o crescimento econômico e melhoria do bem-estar de sua população.A chave desse crescimento é a ampliação da taxa de investimentos em suas várias formas, ou seja, da proporção do PIB que não é consumida, e se transforma em fábricas, escolas, hospitais, metrôs, estradas, portos e tudo o mais que gera produção ampliada de bens e serviços. Para isso a China reserva perto de 40% de seu PIB, enquanto o Brasil fica um pouco abaixo de 20%. Na linguagem dos agricultores, guarda pouco para semente, e sua produção segue devagar.Quem acompanhar os jogos verá novas construções monumentais, como o Ninho de Pássaro, o estádio para as competições de maior público, e o Cubo d?Água, com as tradicionais piscinas, mas também avanços tecnológicos. Falta, entretanto, um olhar mais amplo, que começasse pela infra-estrutura no entorno desses novos espaços e avançasse pelas áreas mais ligadas aos setores produtivos tradicionais, tanto na capital como fora dela. Há também lições de eficiência no uso dos recursos disponíveis, o fazer mais com os mesmos, e o mesmo ou até mais com menos.Aí ficaria mais claro para os brasileiros por que a China pôde hospedar os jogos e também por que avança mais rapidamente que o Brasil. E talvez, como nunca antes neste país, o nosso povo valorizasse mais a educação e o trabalho e os nossos políticos acordassem para ser mais eficazes e eficientes enquanto governantes.

(*) O Pan na Mídia, apresentado no XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Santos-SP, 29/8/2007).

Roberto Macedo, economista (USP), com doutorado pela Universidade Harvard (EUA), pesquisador da Fipe-USP e professor associado à Faap, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda