segunda-feira, janeiro 12, 2004

Holywwood X Mundo

O que acho que sempre trava esse tipo de discussão é o ranço do eterno Holywwood X Mundo no cinema. Eles podem não ter inventado o cinema, mas eles criaram o cinema que se vê hoje e do qual, na nossa pretensa intelectualidade, somos reféns. Todos aqui gostam de cinema, em graus variados, defendendo diversos pontos de vista. E todos mesmo negando o cinema americano acabam recebendo seus reflexos. Não é o badalado Lars Von Trier que sempre faz dos seus filmes uma resposta à Hollywood dos efeitos especiais, por exemplo?

Vivemos num maldito mundo globalizado. O cinema que se faz na Argentina é maravilhoso, mas sofre de 15 mil influências diferentes daquela cidadela em Los Angeles. Como não enxergar reminiscências de Frank Capra no maravilhoso "O Filho da Noiva", com sua mensagem humanitária, de valorização da vida? Capra foi o cineasta "Spielberg" de sua época, sempre acreditando no ser humano e fazendo filmes edificantes para o mundo ver.

Não nego aqui as individualidades que tornam cada cinematografia particular e diferente. Almodovar só fez o que fez porque espanhol, porque vive num país onde verbos no Imperativo são de uso freqüente. E o seu cinema é uma das coisas mais sublimes que já tivemos o prazer de assistir.

Só os alemães no Pré-Nazismo para criarem as alegorias macabras de um filme sensacional como "O Gabinete do Doutor Caligari". E só nós, brasileiros, para falarmos de nossas experiências amargas de viver no eterno país do futuro como em "Terra Estrangeira". As individualidades são o grande achado de qualquer obra artística. O que quero dizer é que tudo está ligado no fim das contas.

Acho que muito além de eu ficar aqui defendendo "O Senhor dos Anéis" e o André defendendo "Adeus, Lênin", está na hora de nos abrirmos, parar com esse ranço de "tudo que vem de Holywwod está calcado no imperialismo, atualmente na teoria Bush" ou "tudo que não é feito em Holywwod é mal-feito, com cenários toscos e atores mal-dirigidos". Tem cinema bom pra tudo quanto é lado. É preciso olhar.
Enfim, acho que chega de discussões cinematográficas. Vamos falar de comida, pra variar
um pouco? Ou de música? Música daria discussões espetaculares aqui nessas bandas.

Helena



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