Nona
Como vocês sabem, ando sem tempo. Mesmo assim, arrumei tempo para ir a alguns shows nos últimos dias.
Fomos ver o Pet Shop Boys (balinho gay retrô caretinha), um show de jazz ótimo do Terence Blanchard (só não foi melhor porque foi numa sala de concertos, portanto sem o duo com o wisky) e fomos ao Municipal ver a Sinfonia nº 9 de Bethoven (nona, para os íntimos), em plena segunda-feira.
Depois do trauma do som baixo do casório, finalmente conseguimos ouvir no volume merecido, e ao vivo, a obra-prima.
Como quase tudo na minha vida, o meu encontro com a nona pela primeira vez foi tardio. Fui atrás dela depois de uma aula de física no cursinho, onde o professor para ensinar a decorar uma equação de eletromagnetismo, com um k elevado a nona, falou que bastava se lembrar do Bethoven. Ele discorreu mil maravilhas sobre a sinfonia e revoltou-se, com razão, ao ver que ninguém se lembrou da música quando ele perguntou qual era a primeira coisa que vinha em mente ao se falar em nona (fiz o teste no google e o Bethoven vem logo entre as primeiros links da lista) .
Mesmo sem conhecer a nona, eu passei no vestibular, mas antes fui atrás de um CD com a tal nona. E me rendi.
Para mim, a nona é um dos melhores exemplos do potencial humano. Se alguém conseguiu criar a nona, quase surdo, então podemos fazer qualquer coisa. É dessas coisas para se colocar num baú e enviar para o espaço como amostra para os alienígenas. Estão lá todo o drama e tragédia humanos, todas as emoções do mundo. Chega a doer de tão belo, de tão sofrido, de tão redentor.
Chorei quase o terceiro movimento inteiro. Há tempos não chorava tanto. Saí mais desgastado do que se tivesse ido a um show de rock. Nunca fiz terapia, nem pretendo fazer, faz acho que o resultado foi parecido. Foi como ver toda uma existência passando pela sua frente, ainda que de forma não linear, e de repente, tudo ficando perfeitamente claro e possível.
Talvez eu só estivesse cansado e um pouco mais tenso do que o de costume, mas é sempre impossível ficar insensível diante da nona.
O fato é que cheguei a conclusão que irei mais a concertos e a shows de jazz e talvez menos a shows de rock (estou credenciado para o Roger Waters, mas ainda não sei se vou). Mas, o mais importante, é que estou começando a reservar algum tempo para algumas coisinhas muito mais importantes. Afinal de contas, por mais excitantes e produtivos que possam ser os nossos dias, é preciso parar um pouco, ainda que por uns instantes ou pelo tempo de execução da nona, para poder refletir o significado de tudo isso.
Como vocês sabem, ando sem tempo. Mesmo assim, arrumei tempo para ir a alguns shows nos últimos dias.
Fomos ver o Pet Shop Boys (balinho gay retrô caretinha), um show de jazz ótimo do Terence Blanchard (só não foi melhor porque foi numa sala de concertos, portanto sem o duo com o wisky) e fomos ao Municipal ver a Sinfonia nº 9 de Bethoven (nona, para os íntimos), em plena segunda-feira.
Depois do trauma do som baixo do casório, finalmente conseguimos ouvir no volume merecido, e ao vivo, a obra-prima.
Como quase tudo na minha vida, o meu encontro com a nona pela primeira vez foi tardio. Fui atrás dela depois de uma aula de física no cursinho, onde o professor para ensinar a decorar uma equação de eletromagnetismo, com um k elevado a nona, falou que bastava se lembrar do Bethoven. Ele discorreu mil maravilhas sobre a sinfonia e revoltou-se, com razão, ao ver que ninguém se lembrou da música quando ele perguntou qual era a primeira coisa que vinha em mente ao se falar em nona (fiz o teste no google e o Bethoven vem logo entre as primeiros links da lista) .
Mesmo sem conhecer a nona, eu passei no vestibular, mas antes fui atrás de um CD com a tal nona. E me rendi.
Para mim, a nona é um dos melhores exemplos do potencial humano. Se alguém conseguiu criar a nona, quase surdo, então podemos fazer qualquer coisa. É dessas coisas para se colocar num baú e enviar para o espaço como amostra para os alienígenas. Estão lá todo o drama e tragédia humanos, todas as emoções do mundo. Chega a doer de tão belo, de tão sofrido, de tão redentor.
Chorei quase o terceiro movimento inteiro. Há tempos não chorava tanto. Saí mais desgastado do que se tivesse ido a um show de rock. Nunca fiz terapia, nem pretendo fazer, faz acho que o resultado foi parecido. Foi como ver toda uma existência passando pela sua frente, ainda que de forma não linear, e de repente, tudo ficando perfeitamente claro e possível.
Talvez eu só estivesse cansado e um pouco mais tenso do que o de costume, mas é sempre impossível ficar insensível diante da nona.
O fato é que cheguei a conclusão que irei mais a concertos e a shows de jazz e talvez menos a shows de rock (estou credenciado para o Roger Waters, mas ainda não sei se vou). Mas, o mais importante, é que estou começando a reservar algum tempo para algumas coisinhas muito mais importantes. Afinal de contas, por mais excitantes e produtivos que possam ser os nossos dias, é preciso parar um pouco, ainda que por uns instantes ou pelo tempo de execução da nona, para poder refletir o significado de tudo isso.
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