MINHA PRIMEIRA VEZ....
....com o Cinema brasileiro ! O ano era 1987 e eu, então um púbere, li no jornal - o Caderno 2 acabara de entrar em circulação - sobre a estréia de "Romance da Empregada", novo filme da LC Barreto. Naquele fim de década, o cinema brasileiro vivia dias de decadência, por questões que variavam da chegada do vídeo cassete ao não cumprimento à Lei do Curta, e filmes produzidos por aqui eram sinônimo de pornografia barata.
Uma tarde tomei coragem e do "alto" dos meus 13 anos fui ver o filme no "Ipiranga", uma das poucas salas do Centro que resistem passando filmes não pornôs ainda hoje, e tive uma bela surpresa.
A história da suburna que conhece um velhote rico (Brandão Filho em saudosa interpretação) me apresentou uma Betty Faria em um papel muito distante daquele que estava acostumado a ver nas novelas. ( A cena em que Daniel Filho, marido de Betty na trama, se masturba porque ela não quis transar com ele pela "décima" noite consecutiva ainda está viva na memória. Nada se mostra, a não ser a cara de "tensão" de Daniel no começo da seqüência e de "alívio" no final. Elipse genial.) Tudo era diferente dos universos glamourizados pela Globo, de quem sempre fui fã na ficção. Prova de que a emissora não só estabeleceu um "padrão de produção" como também criou o "star system" no Brasil, onde os atores interpretam sempre "os mesmos" papéis. Resultado: apaixonei-me perdidamente pelo cinema brasileiro e com a chegada do vídeo cassete em minha casa, ainda naquele ano, passei a ver os mais diversos filmes, mesmo que em muitos casos, como por exemplo quando assisti "Terra em transe" de Glauber, eu não entedesse nada (confesso que continuo não entendendo o Cinema Novo até hoje -rs). Voltei do cinema no dito dia e tive que explicar para a família inteira o que tinha ido ver. Meu pai sorriu cúmplice. Minha mãe fez cara de quem achava que o filho estava começando a ficar tarado (tinha razão) e eu, sortudo por não ter sido reprendido, ganhei mais uma forma de olhar o mundo. Perdura até hoje.
Confesso: não sou de desenvolver obsessões, mas o cinema brasileiro em mim é "patologia". Interfere diretamente no meu jeito de ver a vida e o País. Por que lembrei de tudo isto ? Ontem estive com Cacá Diegues e Luiz Carlos Barreto, animais essencialmente cinematográficos, mesmo com todas as críticas que podem ser feitas a eles, para o lançamento da Coleção Brasil da Paramount, que entre outros títulos trará em DVD não só "O Romance da Empregada", mas também "Bye Bye Brazil" e "Dona Flor e seus Dois Maridos", maior bilheteria do cinema nacional até hoje, com mais de 10 milhões de ingressos vendidos. Cacá tinha razão: o cinema brasileiro é mesmo um "ESPETÁCULO" !!!!!
PS - Foto do filme em www.fotolog.net/viagemdaimagem .
....com o Cinema brasileiro ! O ano era 1987 e eu, então um púbere, li no jornal - o Caderno 2 acabara de entrar em circulação - sobre a estréia de "Romance da Empregada", novo filme da LC Barreto. Naquele fim de década, o cinema brasileiro vivia dias de decadência, por questões que variavam da chegada do vídeo cassete ao não cumprimento à Lei do Curta, e filmes produzidos por aqui eram sinônimo de pornografia barata.
Uma tarde tomei coragem e do "alto" dos meus 13 anos fui ver o filme no "Ipiranga", uma das poucas salas do Centro que resistem passando filmes não pornôs ainda hoje, e tive uma bela surpresa.
A história da suburna que conhece um velhote rico (Brandão Filho em saudosa interpretação) me apresentou uma Betty Faria em um papel muito distante daquele que estava acostumado a ver nas novelas. ( A cena em que Daniel Filho, marido de Betty na trama, se masturba porque ela não quis transar com ele pela "décima" noite consecutiva ainda está viva na memória. Nada se mostra, a não ser a cara de "tensão" de Daniel no começo da seqüência e de "alívio" no final. Elipse genial.) Tudo era diferente dos universos glamourizados pela Globo, de quem sempre fui fã na ficção. Prova de que a emissora não só estabeleceu um "padrão de produção" como também criou o "star system" no Brasil, onde os atores interpretam sempre "os mesmos" papéis. Resultado: apaixonei-me perdidamente pelo cinema brasileiro e com a chegada do vídeo cassete em minha casa, ainda naquele ano, passei a ver os mais diversos filmes, mesmo que em muitos casos, como por exemplo quando assisti "Terra em transe" de Glauber, eu não entedesse nada (confesso que continuo não entendendo o Cinema Novo até hoje -rs). Voltei do cinema no dito dia e tive que explicar para a família inteira o que tinha ido ver. Meu pai sorriu cúmplice. Minha mãe fez cara de quem achava que o filho estava começando a ficar tarado (tinha razão) e eu, sortudo por não ter sido reprendido, ganhei mais uma forma de olhar o mundo. Perdura até hoje.
Confesso: não sou de desenvolver obsessões, mas o cinema brasileiro em mim é "patologia". Interfere diretamente no meu jeito de ver a vida e o País. Por que lembrei de tudo isto ? Ontem estive com Cacá Diegues e Luiz Carlos Barreto, animais essencialmente cinematográficos, mesmo com todas as críticas que podem ser feitas a eles, para o lançamento da Coleção Brasil da Paramount, que entre outros títulos trará em DVD não só "O Romance da Empregada", mas também "Bye Bye Brazil" e "Dona Flor e seus Dois Maridos", maior bilheteria do cinema nacional até hoje, com mais de 10 milhões de ingressos vendidos. Cacá tinha razão: o cinema brasileiro é mesmo um "ESPETÁCULO" !!!!!
PS - Foto do filme em www.fotolog.net/viagemdaimagem .
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